A decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo César Salomão Filho, de encaminhar para julgamento o pedido do Paysandu de anulação do jogo contra o Náutico, que garantiu ao clube pernambucano o acesso à Série B, foi recebido com naturalidade pelo vice-presidente jurídico alvirrubro, Alexandre Carneiro. Na visão do advogado timbu, a decisão de dar prosseguimento à solicitação paraense se deu pela repercussão nacional do caso. Porém, a confiança de que a partida não corre o risco de ser impugnada permanece.
Para o vice jurídico do Náutico, a decisão de não suspender o jogo do próximo domingo, contra o Juventude, em Caxias do Sul, pela ida da semifinal da Série C, é um indício de que o resultado do confronto do último domingo, com os alvirrubros conseguindo a classificação nos pênaltis, será mantido.
"Ele recebeu pela repercussão do caso. Mas o foco é que não suspendeu a partida (contra o Juventude). Então, indica que não há razão pra dar um julgamento favorável ao paysandu", analisou Alexandre Carneiro.
O Náutico terá dois dias para apresentar oficialmente a sua defesa. Logo depois, a procuradoria do STJD também se manifestará sobre o caso. Não há data para o julgamento do mérito.
O Paysandu pede a anulação do confronto das quartas de final alegando erro de direito, já que afirma que o árbitro Leandro Pedro Vuaden marcou pênalti de forma equivocada. De acordo com a visão dos advogados do clube paraense, o novo entendimento da Regra 12, que fala sobre mão na bola, lista como exceção as infrações de toque "se a mão ou braço estiver perto do corpo e não faça o corpo artificialmente maior".
Assim, a defesa do Paysandu argumenta que o jogador Caíque Oliveira cabeceou a bola na direção do braço esquerdo do companheiro de equipe (Uchoa), que estava a uma curtíssima distância, com o braço devidamente recolhido junto ao corpo e sem fazer qualquer movimento.
Por outro lado, o relatório da ouvidoria de arbitragem da CBF, assinado pelo ouvidor Manoel Serapião Filho, aponta que a atuação do árbitro Leandro Pedro Vuaden "não pode ser positiva". Porém que isso não ocasionou "prejuízo direto a uma ou outra equipe", já que na visão da relatório também não foi marcado um pênalti a favor do Náutico aos 20 minutos do primeiro tempo, quando o goleiro Mota derrubou o meia Jean Carlos dentro da área.
Sobre o polêmico pênalti marcado a favor dos alvirrubros, aos 49 minutos do segundo tempo, a ouvidoria de arbitragem da CBF reconhece que não houve a infração.