Camutanga fez um gol no empate entre Náutico e Paysandu que classificou o Náutico à Série B. Não de forma literal - afinal, os autores no tempo normal foram Álvaro e Jean Carlos, tampouco nos pênaltis - mas de forma metafórica, segundo ele. Isso porque ao impedir um gol do Paysandu dando um carrinho praticamente em cima da linha valeu, na visão do zagueiro, como se ele mesmo tivesse balançado as redes da equipe paraense.
Em entrevista coletiva, o defensor detalhou o lance. E admitiu só ter tido a real dimensão do feito após o jogo, de cabeça fria - tamanha a tensão e envolvimento na hora da jogada.
“Eu não sei nem como foi aquilo ali. Quando eu vi ele driblando, eu fui correr por trás de Jefferson. Graças a Deus consegui tirar aquela bola. eu não comemorei muito porque a gente estava perdendo. Creio que se tivéssemos ganhando iria ser um lance que eu ia estar comemorando mais. Mas depois eu vi o quanto foi importante, até porque se a gente tivesse tomado o segundo gol ia ser mais preocupante”, disse.
A jogada ocorreu quando o Paysandu vencia por 1 a 0. O atacante Nicolas recebeu a bola e driblou o goleiro Jefferson. Com a barra escancarada, finalizou e quase correu para o braço, até Camutanga se esticar todo e tirar de carrinho.
“Ali foi o meu gol do ano. De todos os zagueiros que estão aqui eu fui o único que não fiz gol ainda. Tem outro jogo pela frente, espero fazer. Mas foi um lance que eu tenho que comemorar como um gol”.
Camutanga não marca gols desde janeiro de 2018. Na ocasião, balançou as redes do Cordino em empate na Copa do Brasil. Por conta do jejum, revelou até que tem sofrido cobrança em casa.
“Esse gol tem que sair. A cobrança está demais, meus familiares cobram direto. Minha mãe não entende muito de futebol, diz ‘chuta em gol, chuta em gol’. Eu respondo ‘como é que eu vou fazer gol lá de trás’? Mas vai sair esse gol, eu também tive um lance no jogo, eu perdi aquele gol. A ansiedade tá grande para que o gol saia. Faz muito tempo que esse gol não sai”, concluiu.