A torcida do Náutico espera por esse domingo há muito tempo. Para ser mais preciso, desde o dia 11 de novembro de 2017, quando uma derrota por 2 a 1 para o Londrina, em uma Arena de Pernambuco com 1.120 testemunhas, decretou matematicamente o rebaixamento para a Série C. Uma divisão que não comporta um clube vice campeão da Taça Brasil de 1967, primeiro pernambucano a disputar uma Copa Libertadores, 22 vezes campeão estadual e único hexa de Pernambuco. Um clube que já teve craques como Bita, Nado, Salomão, Ivan Brondi, Jorge Mendonça, Marinho Chagas, Baiano, Mirandinha, Mário Tilico, Bizu, Kuki, entre outros. E que hoje vai depender de novos heróis.
Da defesa de Jefferson, da segurança de Camutanga e Diego Silva, das assistências de Hereda e William Simões, da liderança de Josa, do arrojo de Jimenez, da técnica de Jean Carlos, da habilidade de Thiago, da disposição de Matheus Carvalho e do faro de gol de Rafael Oliveira. Do comando de Gilmar Dal Pozzo e da garantia dos três jogadores que serão acionados no decorrer da partida (independentemente de quem seja o escolhido). Contra o Paysandu, na eterna casa alvirrubra, os Aflitos, e com a arquibancada lotada, o Náutico tem um reencontro com a dignidade. Basta uma vitória simples.
O “simples” nesse caso, porém, se aplica apenas a margem mínima de gols para conseguir o acesso à Série B. Isso porque, do outro lado também haverá um clube de tradição, camisa e torcida. Que igualmente depende de um triunfo por qualquer placar e defende a melhor campanha como visitante nesta Série C (com 59% de aproveitamento). Um desafio à altura do alívio a ser alcançado. À altura do melhor mandante da competição (74% de rendimento). Do grito de “nunca mais” ao subterrâneo do futebol brasileiro.
De fato, tudo estará em jogo. Do emotivo ao racional. A volta à Série B, além de obviamente encurtar o caminho até a elite, também devolve o Náutico aos trilhos. A um calendário completo. Um planejamento com começo, meio e fim. E faz respirar os cofres do clube, que mesmo com pouco dinheiro conseguiu manter os salários em dia durante o ano. O sucesso nunca vem em vão. Mas com dinheiro na caixa fica menos difícil de ser alcançado.
Só de cota de televisão, uma das maiores fonte de receita do futebol brasileiro, o Náutico sairá de zero a pelo menos R$ 5,6 milhões (valor pago este ano aos clubes da Segundona). Friamente, esse é o valor básico da vitória neste domingo. A reboque, portas abertas para outras receitas, para o resgate da autoestima alvirrubra. Para a história.
Domingo, 8 de setembro de 2019. O 2020 do Náutico começa às 18h.
Ficha do jogo
Náutico
Jefferson; Hereda, Diego Silva, Camuntanga e William Simões; Josa, Jimenez e Jean Carlos; Thiago, Rafael Oliveira e Matheus Carvalho. Técnico: Gilmar Dal Pozzo.
Paysandu
Mota; Tony, Micael, Perema e Bruno Collaço; Anderson Uchôa, Caíque Oliveira e Tomas Bastos; Higor Silva, Nicolas e Vinícius Leite. Técnico: Hélio dos Anjos.
Local: Aflitos
Horário: 18h
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Leirson Peng Martins e Lucio Beiersdorf Flor (ambos do RS)
Ingressos: R$ 100 (arquibancada) e R$ 50 (sócio e estudante)