O Náutico começou a colher os frutos do uso da base no time principal. Após ter até oito jogadores oriundos das suas categorias da base entre os 11 titulares em alguns jogos em 2019, o Timbu viu a saída de três jogadores como fundamental para manter a folha salarial em dia e garantiu o saldo no ‘azul’ até o final do ano. O último atleta a sair foi o volante Luiz Henrique, negociado com o Moreirense de Portugal por 250 mil euros - por 80% dos direitos econômicos.
Em entrevista ao Superesportes, o presidente do Náutico, Edno Melo, mostrou-se muito feliz com o momento do clube em relação a um projeto implantado desde o início da sua gestão e garantiu o alívio nas contas do Timbu.
“Praticamente viabilizou o ano de 2019 do Náutico. Mas não foi só pela venda em si. Foi por todo um projeto feita há um tempo atrás. ‘Ah, mas poderia dizer que tinha uma bola de cristal e sabia que ia vender o Luiz Henrique”. Não! A gente não sabia que iríamos vender ele. A gente sabia que iria vender vários. Temos proposta para vários” revelou o mandatário.
Edno lembrou ainda que tudo começou ainda em 2018, com os empréstimos de Robinho, para o Goiás, e o próprio Luiz Henrique, para o Bahia, que disputava a Série A. Além disso, falou da pressão da torcida por jogadores de fora - nesta temporada a torcida alvirrubra cobrou e ainda cobra a contratação de um meia mais experiente. “E é muito difícil manter essa postura, essa convicção de que os atletas vão dar um retorno num futuro próximo com a torcida cobrando e pedindo o investimento em atletas de fora. Esse ano quantos e quantas vezes pediram contratações. E se a gente não tivesse sido coerentes, insistido com Bruno, Hereda, Rafael Ribeiro, com Thiago, que é uma pérola da casa? Então esse trabalho de acompanhamento e de revelação não é do dia para a noite. Não é por acaso que a gente abriu uma porta no mercado exterior e na Europa porque por acaso apareceu o Luiz Henrique. Já são três atletas na Primeira Divisão de Portugal: Bruno, Luiz Henrique e Erick”, explicou.
Outro ponto abordado na entrevista foi em relação ao modo das negociações. Na venda de Luiz Henrique para o Moreirense, por exemplo, o clube ficou com 20% do vínculo, já pensando em uma valorização futura. ““20% de Luiz Henrique em uma vitrine para a Europa é muita coisa. É um patrimônio muito grande para o Náutico, com o atleta jogando o que vinha jogando. Vimos a pouco o caso de Douglas Santos, que foi vendido para a Rússia por R$ 70 milhões”, exemplificou.
Além do volante, o Náutico esse ano já vendeu o atacante Robinho para o Bragantino e emprestou o goleiro Bruno para o Gil Vicente, de Portugal. No caso do goleiro, antes de repassar o atleta para o exterior, o Timbu renovou contrato com o atleta até junho de 2020.