
A Patativa, que vendeu caro a derrota, diminuiu com Júnior Lemos. E por muito pouco esteve perto de calar a arena na reta final do jogo. A trave e o goleiro Bruno salvaram o Náutico. O grito de campeão pôde então ecoar com força no estádio, pelas ruas do Recife, por todo o estado. A taça do Campeonato Pernambucano retorna para o lado do Timbu.
Volta com colocando um ponto final à espera, à desconfiança, ao temor que rodeava um clube desiludido com seguidas decepções nos últimos anos. Se o Timbu não tinha um time tecnicamente impecável, a equipe comandada pelo técnico Roberto Fernandes assumiu o espírito de garra alvirrubro. Deu certo.
O Náutico voltou a ser campeão justamente sob a tutela de um treinador assumidamente alvirrubro. Pernambucano, Roberto Fernandes esteve à frente do time em uma campanha impecável no Estadual. Foram oito vitórias em oito jogos como mandante. A equipe comandada pelo técnico conseguiu manter 100% de aproveitamento. Número marcante que significou um capítulo que não acontecia no futebol do estado há 20 anos. A última equipe a alcançar tal façanha foi o Sport, em 1998.
Com 117 anos de vida, o Náutico nunca tinha ficado tanto tempo sem conquistar títulos desde que, em 1934, começou a colecionar taças. Antes, o maior jejum alvirrubro aconteceu entre 1989 e 2001. A taça do Campeonato Pernambucano deste ano foi a 22ª levantada na história timbu.
Jogadores do #Náutico e comissão técnica dão a volta olímpica ao redor do gramado. Muita comemoração! pic.twitter.com/Dt6JlUpKmJ
%u2014 Superesportes PE (@superesportesPE) April 8, 2018
O jogo
Empurrado por um estádio lotado, com mais de 90% do público pintando a arena de vermelho e branco, o Náutico começou o jogo melhor. Marcando sob pressão e compacto na defesa, tentou dar uma blitz na Patativa. Aos 3 minutos Wallace Pernambucano bateu falta com categoria. A bola explodiu na trave e atravessou a linha do gol deixando entalado o grito de gol alvirrubro. Aos poucos, porém, o Central conseguiu ir igualando as forças. E chegou ser melhor em boa parte da etapa inicial.
Aos 25, Fernando Pires aproveitou jogada de Douglas Carioca e bateu de primeira, a bola desviou em Camacho e Bruno fez grande defesa. No lance seguinte, contra-ataque timbu. Robinho deu belo drible da vaca em Charles e cruzou. Dudu Gago e Rafael Assis furaram. Aos 28, o lance mais polêmico da partida. Gildo recebeu lançamento, driblou Camutanga e bateu no cantinho. O gol, porém, foi anulado pela arbitragem, que assinalou impedimento no lance. No lá e cá do jogo, melhor para o Timbu. Aos 43, Timbó fez boa jogada e cruzou para Ortigoza bater de primeira. A bola desvia em Danilo Quipapá e morre nas redes.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, o Timbu assumiu de vez o protagonismo da partida. Foi para cima do Central. Com Jobson na vaga de Wallace Pernambucano, o time se soltou de vez. E encontrou novamente o caminho do gol com a estreia da alteração realizado por Roberto Fernandes. Aos 12 minutos, Jobson fez grande jogada individual, tirou dois com um drible e bateu cruzado para marcar um golaço.
Controlando o jogo com tranquilidade, o Timbu parecia que levaria a vantagem até o fim. Só parecia. Aos 25, Dudu chutou e Kevyn se joga na área tocando com a mão na bola. Pênalti que Leandro Costa bateu com categoria, diminuindo o placar. O gol deu a tensão que faltava ao jogo. A carga emocional dos atletas e da torcida se refletiram em desajuste e pressão caruaruense.
Aos 32, Lucas Silva bate de dentro da área para boa defesa de Bruno. Dois minutos depois, Júnior Lemos calou o estádio. Após bate-rebate na área alvirrubra, a bola sobrou para o meio-campista bater colocado. A bola beijou a trave, caminhou pela linha do gol e correu para linha de fundo. Um milagre não ter entrado. Seria a última grande chance da Patativa, que lutou até o fim. E só permitiu ao Timbu soltar o grito de campeão ao apito final.
Ficha do jogo
Náutico 2
Bruno; Thiago Ennes, Camutanga, Camacho e Kevyn; Negretti, Júnior Timbó (Clebinho) e Wallace Pernambucano (Jobson); Rafael Assis, Ortigoza e Robinho. Técnico: Roberto Fernandes.
Central 1
França; Eduardo Gago, Danilo Quipapá, Vitão e Charles; Douglas Carioca (Itacaré), Fernando Pires, Eduardo Eré e Júnior Lemos; Leandro Costa e Gildo (Lucas Silva). Técnico: Mauro Fernandes.
Local: Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata.
Árbitro: Nielson Nogueira.
Assistentes: Clóvis Amaral e Cleberson Nascimento.
Gols: Ortigoza (43’ do 1ºT), Jobson (12’ do 2Tº) (N); Leandro Costa (26’ do 2ºT) (C).
Cartões amarelos: Camacho, Jobson, Ortigoza, Kevyn (N); Eduardo Gago, Eduardo Eré (C).
Público: 42.352.
Renda: R$ 956.695,00.