Maior venda da história do Náutico, a ida do atacante Erick para o Braga, de Portugal, por 1,1 milhão de Euros (aproximadamente R$ 4,35 milhões) completou cinco meses nesta quinta-feira. Sem, no entanto, nenhum centavo ter caído ainda nas contas do clube alvirrubro. Como só possuia 70% dos direitos econômicos do prata da casa, do montante total da negociação, o Timbu terá direito a R$ 3 milhões, com o restante cabendo ao empresário do atleta. Valor que foi dividido em três parcelas.
As duas últimas no valor de R$ 650 mil cada serão quitadas a cada 10 partidas do avançado, que até agora realizou apenas seis partidas pelo clube português, sendo cinco delas pela equipe B. Já a primeira, no valor corrigido de R$ 1,7 milhão, teria que ser paga à vista. O que, até agora não aconteceu, segundo o vice-presidente do conselho deliberativo alvirrubro, Ivan Pinto da Rocha, indicado pela nova direção do clube para ficar a frente das negociações.
O dirigente, no entanto, evita falar em "calote" por parte do clube português e afirmou que os dirigentes do Braga ainda estão dentro do prazo para realizar esse depósito. Sem, no entanto, saber informar até quando vai esse prazo. "Existe um prazo e eles ainda estão dentro desse prazo, em tese", destacou.
Ivan, no entanto, não deixou de criticar a forma como a negociação foi feita na gestão anterior do clube. Para ele, o jogador só poderia ser liberado para o Braga quando o dinheiro entrasse na conta do Náutico. "O jogador já atuou pelo Braga e até agora o Náutico não recebeu nenhum tostão. Jamais o clube deveria fazer uma negociação dessa maneira. O certo é só mandar o jogador quando o dinheiro estiver na conta", destacou.
A reportagem ouviu o ex-vice de futebol alvirrubro Emerson Barbosa, que ficou a frente da negociação de Erick para o Braga na gestão passada, mas o ex-dirigente preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
Vale lembrar que ainda em novembro, o atual presidente do Náutico, Edno Melo, informou que as ações de penhoras sobre a negociação do atacante, movidas pelos zagueiro William Alves e o ex-volante Magrão, haviam sido derrubadas.
Destino do dinheiro
Ainda segundo Ivan Pinto da Rocha, assim que for depositado pelo Braga, parte do dinheiro da venda de Erick já tem um destino. Pagar os atrasados com funcionários e jogadores que fizeram parte do elenco do ano passado, rebaixado à Série C do Campeonato Brasileiro.
"Se tivessemos recebido o dinheiro de Erick já teríamos liquidado os atrasos com todos os jogadores do ano passado. Não queremos nenhuma reclamação trabalhista. Não é porque o time caiu que vamos deixar de cumprir com as obrigações do clube. Não só com jogadores, como também com funcionários", encerrou.