O Náutico realizou até o momento 18 contratações para a temporada 2018. Mas as primeiras impressões do time, que ainda apresenta muitas carências técnicas, criou uma preocupação quanto ao futuro da equipe e abriu o leque para a possível chegada de novos atletas. Especulação que, no entanto, não demorou a ser descartada pelo técnico Roberto Fernandes. Alegando que o clube já está no seu limite orçamentário com a folha do elenco profissional, o comandante timbu praticamente fechou as portas para a chegada de novos reforços antes do início da Série C.
"A realidade do Náutico hoje nesse momento não permite contratação. Qualquer contratação que possa vir nesse momento, sem que surja um fato novo como por exemplo aumentar o número de sócios ou surgir um patrocinador, são jogadores com o perfil que temos aí. E não adianta inchar o elenco", pontuou o treinador, que voltou a lembrar de clubes que conseguiram o acesso à Série B com uma folha compatível, ou até menor que a atual do Náutico.
Fernandes citou o caso do Sampaio Corrêa, que voltou a Segunda Divisão com uma folha, segundo Roberto Fernandes, de R$ 170 mil. A atual do clube alvirrubro gira em torno de R$ 200 mil.
"O grande problema é que não estamos acostumados a ver isso no futebol pernambucano. Mas essa é uma realidade de clubes que estavam na Série C e conquistaram o acesso. O Sampaio Corrêa subiu com uma folha de R$ 170 mil. Será que lá tinha pressão e a ansiedade de ter que ganhar? Não. Eles perderam jogos, mas terminaram a primeira fase na liderança, foram para o mata-mata e subiram. É uma outra realidade. É a realidade de times com menos posse de bola porque posse de bola custa dinheiro. Mas isso não significa uma equipe menos competitiva", analisou.
Treinador pede tranquilidade à torcida
Por fim, o treinador alvirrubro voltou a pedir paciência à torcida e lembrou de anos anteriores em que, por conta de cobranças, o clube se perdeu no planejamento e inchou o elenco e a sua folha salarial.
"O momento do Náutico não é o de anos anteriores onde um lateral joga mal e, por conta disso, se contrata outro e daqui a três jogos contrata outro e o elenco acaba com seis laterais, com uma folha três vezes maior do que se pode pagar. E tome dívida trabalhista e no final das contas o Náutico já está há 14 anos sem títulos e dois rebaixamentos, caiu da Série A para a B e depois para a C. É preciso ter pés no chão e paciência. Essa é a receita", encerrou.