Náutico apresenta evolução na defesa com Beto Campos, mas precisa melhorar ataque

A primeira barreira foi derrubada. Com o triunfo sobre o ABC, na última terça-feira, o lanterna Náutico se livrou da pressão de não ter conseguindo vencer na Série B. Agora, tenta-se, dentro do clube, desenhar uma agenda positiva apoiada em dois aspectos. Primeiro, haverá tempo para treino. O próximo compromisso do Timbu é apenas no dia 11 de julho. Segundo, são duas partidas seguidas em casa ainda que com jogos duros diante de Juventude e um clássico contra o Santa Cruz. A promessa é de dias melhores. Mas, para isso, o treinador Beto Campos ainda tem vários pontos a corrigir. O mais importante, no momento, mostra-se no ataque.

Pelo menos nos últimos jogos diante de CRB e ABC, o Náutico apresentou um ajuste decisivo para uma melhora no futebol. O sistema defensivo se mostrou mais consolidado, ao dar menos espaço para os rivais e com reforço de jogadores com características mais defensivas nas lados do campo. Um exemplo, foi Léo Carioca. Na vitória sobre o time potiguar, o zagueiro atuou improvisado como lateral. Por vezes, fechou como uma terceira opção defensiva puxando Jeanderson para a ocupar o lado esquerdo. Assim, criou-se uma linha de cinco. Um ferrolho.

Acontece que, do meio para frente, o Náutico tem sofrido com a criação ofensiva. Giovanni e Erick se mostram como pontos isolados de lucidez. O prata da casa, porém, ainda precisa evoluir no acerto dos passes ainda que tenha a coragem e a qualidade necessárias para arriscar várias jogadas individuais.

“O Náutico vinha sofrendo muitos gols e nós conversamos que o primeiro passo era não sofrer gol. Imagine todo jogo receber críticas, pancadas por estar levando os gols. A gente no ataque, as vezes, pensa que não tem que ajudar. As vezes, só se preocupa de estar atacando. Mas nós acabamos nos cobrando para ajudar atrás, de ser uma equipe mais compactada. Lógico também que nós devemos ter um equilíbrio entre ataque e defesa, mas o Náutico está começando a se encontrar na competição”, disse Gilmar, autor do gol da vitória.

Desde que Beto Campos assumiu o Náutico, o time sofreu 6 gols em quatro partidas. Nas últimas duas, contudo, foi apenas um. Ameniza, portanto, os números de quem ainda tem a pior defesa da competição, vazada 22 vezes. Já a parte ofensiva continua com sinais de fraqueza. Foram quatro gols com o novo treinador no comando, dando sequência a um desempenho que leva o Timbu a ter o segundo pior ataque da Série B, com nove tentos assinalados ao lado de Paysandu e Paraná.

No caminho para buscar a evolução ofensiva, o Náutico ainda tem peças a estrear. O atacante Leílson e o meia Diego Miranda, recém-chegados ao clube, podem ser regularizados para o duelo contra o Juventude.