Sorrisos, agradecimentos e reconhecimento que a fase do Náutico não é das melhores. Foi nesse tom que o atacante Gilmar foi apresentado no CT Wilson Campos, na manhã desta quinta-feira. O atleta, que usará a camisa 84, ano do seu nascimento, afirmou mais uma vez que voltou ao clube por acreditar que pode contribuir de forma direta no processo de recuperação do time. A parte financeira, segundo elem não foi importante para o retorno. O coração falou mais alto.
“Eu vivi alguns momentos em alguns clubes que eu passei e acho que o Náutico foi algo especial. Hoje, eu me tornei torcedor do Náutico pelo carinho que o torcedor tem por mim. Sempre recebo mensagens de carinho e sempre quis ver o Náutico bem. Quando minha contratação foi anunciada muitos companheiros disseram que eu posso apagar o meu passado aqui, mas discordo. Quem gosta tem que abraçar em uma situação dessa. O Itumbiara não queria que eu saísse, mas tínhamos um acordo que poderia sair com proposta de Série A e Série B e disse que vinha pela identificação e não por dinheiro”, revelou.
Gilmar lembrou que foi sondado outras vezes pelo Náutico e que tem certeza que o melhor foi não ter retornado. As lesões e o momento da carreira não seriam favoráveis. Agora, mais experiente, Gilmar sabe que não adianta se afobar com a situação da tabela. O jogador lembrou várias vezes durante a entrevista que ainda há tempo de se recuperar na competição. Só não pode acreditar que isso será fácil. “Vamos esquecer esses sete jogos e vamos pensar nos jogos restantes. Temos que pensar jogo a jogo. Não adianta pensar no segundo sem jogar o primeiro”, avisou.
Velocidade
Acostumado a ser um homem de velocidade, Gilmar não é mais nenhum garoto e com o tempo aprendeu que é preciso ir se adaptando ao futebol. Questionado como vem atuando, o camisa 84 disse que ainda pode jogar aberto, como fez sucesso no Timbu, mas não será surpresa se atuar mais centralizado.
“Com o passar do tempo vamos aprendendo algumas coisas e os atalhos do campo. Gosto de jogar pelos lados do campo, mas alguns treinadores gostam de me colocar para jogar como falso 9. Eu gosto de ser homem surpresa e vindo de trás. Acho que posso render como esse homem”, prometeu.
Outra mudança que Gilmar comentou foi a do comportamento da torcida do Náutico. Acostumado a atuar nos Aflitos sempre com um bom apoio dos alvirrubros, o atacante pediu que a torcida volte a apoiar o time o mais rápido possível.
“O Náutico não vai sair dessa situação sem o torcedor, que é o maior patrimônio do clube. O torcedor tem que abraçar (o clube) e ajudar a situação. Tenho certeza que o estádio estará lotado após uma boa sequência de jogos. Sei que minha responsabilidade hoje é bem maior do que a minha primeira passagem aqui. Quando vim para o Náutico na primeira vez o torcedor não me conhecia. Vim leve. Hoje é diferente. Por isso, pelo passado que tenho, peço ao torcedor que ele nos apoie. Tínhamos os Aflitos e hoje não temos mais. Hoje nosso estádio é a Arena. O torcedor tem que ir. Só assim vamos mudar a situação”, pediu.
Mudança de comando
Quando Gilmar acertou o seu retorno ao Timbu, o técnico ainda era Waldemar Lemos. A situação mudou em menos de uma semana após o seu retorno. Amigo pessoal do ex-técnico, o atleta lamentou a sua saída, mas já fez elogios ao seu novo comandante.
“Lógico que fico triste porque além de gostar de Waldemar como jogador, gosto dele como pessoa. Em 2009, ele se preocupava comigo até fora de campo e foi espetacular. Eu não tenho palavras para expressar meu sentimento por ele. Sobre o Beto Campos, eu vi o Novo Hamburgo bem organizado dentro de campo no campeonato gaúcho. O Amaral, que trabalhou com ele lá, me falou bem dele. É um cara bastante trabalhador, organizado e pelo o que eu vi do Novo hamburgo tenho certeza que ele nos ajudará”, pontuou.