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Dirigentes divergem sobre rompimento com Arena PE, mas admitem possível volta aos Aflitos

Marcos Freitas e Gustavo Ventura têm entendimento diferente sobre situação do contrato do Náutico com Arena Pernambuco após rompimento com governo

postado em 04/03/2016 21:08 / atualizado em 04/03/2016 21:30

João de Andrade Neto /Superesportes

Peu Ricardo/Esp. DP
Único parceiro fixo da Arena Pernambuco, o Náutico recebeu com cautela a notícia do rompimento oficial do Governo do Estado com o consórcio que administra o empreendimento. Tanto o presidente do executivo, Marcos Freitas, quanto o do Conselho Deliberativo, Gustavo Ventura, enfatizaram que o clube ainda precisa ser notificado oficialmente da decisão e, a partir disso, estudar, junto com Governo e Arena, qual será o posicionamento do clube alvirrubro com a quebra da parceria público privada. O retorno aos Aflitos, por exemplo, não foi descartado pelos dois mandatários timbus. No entanto, enquanto Marcos Freitas entende que o contrato do Náutico com a Arena ainda não foi oficialmente rompido, Ventura acredita que essa parceria deixa de existir automaticamente com o fim da PPP.

Para o presidente do conselho deliberativo alvirrubro, o fato do consórcio não contar mais com o suporte governamental automaticamente reflete no contrato de 30 anos do Náutico com a Arena. "O nosso contrato não é com o governo e sim com a Arena. E ao que parece, esse contrato foi rompido unilateralmente pelo governo. Com isso, em tese, o nosso contrato com a Arena também está reincidido, já que a operadora não tem mais como operar o estádio. Nesse aspecto temos que avaliar se continuaremos jogando na Arena temporariamente com o aval do governo e posteriormente voltar a jogar nos Aflitos a médio prazo", destacou.

Já no entendimento de Marcos Freitas, por enquanto, a parceria entre Arena e Náutico segue intacta. Além disso, destacou que, caso o rompimento seja oficializado, isso não significa que o clube deixará de mandar imediatamente seus jogos em São Lourenço da Mata. "Todo contrato, quando se rompe, é concedido ao parceiro um prazo de extensão. Se eu alugo um apartamento e preciso ter ele de volta, o morador não pode sair imediatamente. Isso vale tanto para o contrato do governo com a Arena, quanto da Arena conosco. Com isso, caso o nosso contrato seja rompido, teremos que continuar jogando lá por alguns meses. Mas não entendo que ele está automaticamente rompido, com esse distrato com o governo. Quando isso acontecer, teremos que ser chamados e será preciso pagar os nossos direitos. O Náutico não deu causa a esse rompimento."

Sobre um possível retorno aos Aflitos, apesar dos dois dirigentes reconhecerem a possibilidade, Ventura, apesar de não esconder a satisfação com a possibilidade, avaliou que será necessário, no mínimo, de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões para uma reforma mínima do estádio. "Existem vários levantamentos dependendo do nível das melhorias. É inegável que será preciso trocar todo o gramado, melhorar a iluminação, as cadeiras, os vestiários. Seria nada menos que R$ 2 milhões a R$ 3 milhões podendo chegar a R$ 10 milhões em caso de uma melhora mais efetiva. A torcida se acostumou a um padrão muito mais moderno que os Aflitos", disse.

"Seria preciso pelo menos seis meses para reoganizar nosso estadio. Por isso necessariamente se houve rompimento do nosso contrato esse prazo de extensão de contrato com a Arena precisará ser respeitado", finalizou Marcos Freitas.