NÁUTICO
Eller rouba a cena em entrevista, fala de MacGyver e até do cabelo de colega: "Horrível"
Zagueiro experiente aproveita últimos momentos da carreira e tenta ser uma referência para os companheiros: "Tenho que dar exemplo todos os dias"
postado em 29/01/2016 08:35 / atualizado em 29/01/2016 09:38
Antes mesmo de começar a entrevista de fato, Fabiano Eller se virou para um jornalista que posicionava o celular um minitripé para transmitir a entrevista do zagueiro. “É o MacGyver? Ah! O MacGyver não é da sua época, né? Com um chiclete, ele fazia uma bomba”, brincou o atleta, lembrando do agente secreto de uma série norte-americana que tinha soluções incomuns para se livrar de seus problemas.
Em seguida, Eller começou a falar dos trabalhos na pré-temporada. Com a vasta experiência que tem, reconhece que os jogadores estão ansiosos para o começo dos jogos oficiais. De cara, um clássico contra o Santa Cruz. “O pessoal se dedicou bastante. Um clássico é sempre uma emoção diferente. É um jogo diferente com uma cobrança diferente da torcida, dos diretores e até mesmo dos jogadores.”
Palavras colocadas de maneira precisa, com calma. Típico de quem já reconhece todo o cenário do futebol. Para Eller, parece ser mais do que isso. O zagueiro transparece vontade de seguir nessa vida. Além da experiência, ele gosta de viver todo o ambiente que envolve o futebol. Por isso, as entrevistas do jogador costumam ser longas e com espaço para respostas sérias e brincadeiras.
Nesse cenário sobrou até para o recém-chegado Thiago Santana. O atacante tem um visual diferente, com parte do cabelo descolorido. O que Eller achou? “Horrível! Já falei com ele. Não sei por que não pintou ainda. É sério. Não estou brincando, não. Eu já tinha falado: ‘pinta aí’. Na realidade, é o seguinte. Eu acho que isso é uma opinião minha e cada um pode pensar diferente. Você tem que ser conhecido não pelo seu cabelo, nem pelo seu estilo. Você tem que ser conhecido pelo seu futebol, pelo seu trabalho. Ele falou que iria pintar. Não sei por que não pintou ainda. Ele não deve ter achado a tinta preta ainda (risos).”
Prazer em jogar
Após a resposta inusitada sobre Thiago Santana, um outro repórter entrou no clima e soltou: “Eller, eu tenho dez perguntas. Mas só vou fazer nove”, brincou. A essa altura, já eram quase vinte minutos de entrevista. Incômodo para o jogador? Nada disso. “Pode fazer. Não tem problema nenhum”, retrucou, rindo.
Na verdade, a indagação era única e queria saber o motivo pelo qual um jogador bicampeão da Libertadores e campeão do Mundial de Clubes ainda seguia jogando aos 38 anos com uma vida financeira sólida.
“Eu sou feliz jogando futebol. Eu gosto de jogar futebol. Isso é fundamental para o cara em qualquer serviço, em qualquer trabalho. Hoje, eu venho para o trabalho com prazer. Recebo um salário bom. Não adianta mentir. O futebol também proporciona essas coisas boas. Eu sei que, em qualquer outro trabalho, eu não receberia o salário que recebo. Eu venho trabalhando e pensando o seguinte. Eu tenho uma bela carreira no futebol. Sou um cara vitorioso. Então, eu vou ser cobrado pelo estou fazendo e também pelo que fiz no passado. Eu tenho que dar exemplo todos os dias de querer ser um jogador vitorioso.”