NÁUTICO
Para conselheiros do Náutico, "viés político" e desconhecimento motivaram rejeição do estatuto
Após a votação, Berillo Júnior e Túlio Ponzi criticaram a reprovação dos sócios
postado em 29/10/2015 11:30 / atualizado em 29/10/2015 11:36
"O associado fez a sua escolha e cabe a gente respeitar a decisão dele. Logo após o término da apuração, fui procurado pelos membros da comissão e eles pediram que a gente sentasse para conversar e, possivelmente, marcar uma reunião extraordinária do conselho para decidir qual rumo isso vai tomar. Se vamos marcar outra reunião, se não vamos, enfim, o importante é lembrar que o clube precisa da reforma do estatuto e precisa estar alinhado com o Profut", disse o presidente do Conselho Deliberativo do Náutico, Berillo Júnior, que comentou os possíveis desencadeamentos que a manutenção do estatuto podem gerar à política do clube.
"O Profut já começou a vigorar desde o início de agosto e o clube tem até o dia 30 de novembro para fazer essa adequação, sob pena de, se não fizer, o clube chegar à pena de extinção. Porque toda a execução fiscal de imposto de renda, de INSS e de fundo de garantia vai bater à porta do Náutico e fatalmente vão acontecer penhoras, a nossa sede vai correr um risco muito grande de ir a leilão. Então, a gente tem que ter essa velocidade e resolver o que é melhor para o Clube Náutico Capibaribe", comentou.
O conselheiro Túlio Ponzi também lamentou a rejeição do projeto, à qual creditou motivações políticas: "A assembleia de sócios serviu para mostrar ao clube que houve realmente um viés político nisso. Porque ontem fizemos um acordo com a diretoria executiva na pessoa do vice-presidente e nós cumprimos a nossa parte. Hoje recebemos um Whatsapp da vice-presidência onde diziam que o estatuto atendia aos anseios do clube. Isso aí serviu a uma campanha política, como se fosse uma eleição. Isso é a constituição do clube", acusou.
No entanto, o conselheiro afirmou que continuará a empreender esforços na modernização do estatuto do clube. "Agora, o Conselho Deliberativo vai se reunir em uma reunião extraordinária e vai deixar este estatuto vivo. Vamos em reunião com o executivo saber qual é a estratégia. Nós acreditamos que o executivo quer aprovar o estatuto. Inclusive, deram várias sugestões, só que nas reuniões que fizemos aqui quando eles eram conselheiros, nenhum deles vinha para a reunião. Tinha membros do MTA aqui na comissão do estatuto que vieram em duas reuniões."
Desconhecimento?
Para Ponzi, as pessoas que votaram contra o projeto simplesmente não o conheciam. "Não entendi que movimento foi esse que o MTA fez para poder não aprovar o estatuto trazendo em bloco alguns associados. Ora, o Náutico perdeu hoje por 25 votos dos associados e que dá uma demonstração que os que votaram “sim” conheciam a nova peça. Os que votaram “não”, não conheciam a peça", reclamou.
Apesar disso, negou que a razão para o desconhecimento tenha sido uma pressa demasiada em acelerar a votação. "Nós tínhamos o prazo de lei de 15 dias da assembleia para fazer a convocação para a imprensa. Nesses 15 dias nós da comissão, bem intencionados, abrimos prazo para emendas. Ora, quem representa o associado como um todo é o conselheiro, é a diretoria executiva, que precisa convencer o seu associado que aquilo é uma peça boa, mas a partir do momento que você vê campanha na internet, inclusive informações equivocadas, onde se dizia que não ia haver reunião, que tinha sido adiado, que quem ia votar era o conselho", finalizou.