Jogadores do Náutico se recusam a dar entrevistas e diretoria explica decisão do elenco

O ritmo da crise alvirrubra acelerou nesta reta final da temporada. A polêmica desta quarta-feira foi a divulgação da decisão dos atletas de não mais concederem entrevistas até o fim da Série B. Entretanto, apesar dos indicativos, o gerente de futebol Carlos Kila garante que a “pacto do silêncio” não é uma retaliação pelos atrasos salariais.

O ambiente leve no Campo 2 do CT Wilson Campos levava a crer que não haveria novos desdobramentos depois da reunião entre elenco e diretoria, no dia anterior. Coube ao meia Pedro Carmona, numa troca de palavras rápida e informal, revelar a decisão do elenco de não mais falar com a imprensa. “Vocês não estão sabendo?”, questionou. “Ninguém vai dar entrevista essa semana”, concluiu, surpreso com o fato de os repórteres não terem sido comunicados antes.

A explicação ficou para Carlos Kila, que encarou a questão de maneira política. “Qualquer coisa que seja colocada por parte dos atletas num momento como este pode ser mal-interpretada. Por isso, os jogadores preferiram ficar calados e aguardar que a direção resolva as pendências”, contou. “Mas vale ressaltar que eles não se negaram a trabalhar. Estão aqui treinando e cumprindo seus compromissos.”

De fato, a postura dos jogadores durante o treino não levantava questionamentos sobre o profissionalismo do grupo. Na verdade, os atletas acreditam que como os assuntos “salários atrasados” e “renovação” são inevitáveis num momento como este, é a direção quem precisa se pronunciar.