AMÉRICA
América começa a desocupar a sua sede, perdida em leilão para pagamento de dívidas
Troféus e objetos do clube serão levados para a antiga concentração do clube
postado em 06/02/2015 14:20 / atualizado em 06/02/2015 15:47
João de Andrade Neto /Superesportes , Thaís Lima /Especial para o Diario
Um pedaço da história do futebol pernambucano está chegando ao fim na tarde desta sexta-feira. Sem conseguir uma liminar para impedir a imissão de posse da sua sede, a diretoria do América iniciou o processo de esvaziamento do imóvel, localizado na Estrada do Arraial, zona norte do Recife. O casarão foi arrematado em leilão para pagamento uma dívida do clube com o FGTS no valor de R$ 109 mil. A empresa SGF Participações LTDA, responsável por administrar várias lojas de eletrodomésticos no Estado, adquiriu a sede por R$ 2,4 milhões.
Todos os troféus, taças e móveis do América serão levados para a antiga concentração do clube, em Casa Caiada, Olinda. Lá já moram os ex-funcionários Teófilo Sérgio da Silva, de 91 anos, e seu filho, Sandro Sérgio da Silva, responsável pelo transportes dos objetos. Até janeiro do ano passado, ambos também moravam na hoje antiga sede do América.
"Essa é a mudança mais triste da minha vida. Não vai haver outra assim. Convivo dentro do clube desde a infância. Morei na sede por 32 anos. Trabalhei no clube há 25. É muito triste ver uma vida toda chegar a esse ponto. Nós sempre preservamos o patrimônio do América. E ver o clube perder isso por um valor tão irrisório é muito triste. Dói no peito", lamantou Sandro Sérgio.
Segundo o ex-funcionário, são cerca de 160 taças e troféus que serão colocados no caminhão de mudança. "Depois vou entregar a chave da sede nas mãos do juiz", resignou-se o americano.
A sede do América foi arrematada em 2012. Desde então, a diretoria do América tenta, sem sucesso, provar junto à Justiça que o leilão foi irregular. Entre os argumentos usados pelos esmeraldinos está o fato de, segundo eles, o terreno ter sido arrematado por valor abaixo do mercado e do ITBI da Prefeitura do Recife (5,3 milhões). Outro argumento é de que foram incluídos no processos terrenos que não fazem parte da penhora inicial.