Diante dos cenários possíveis para o retorno das competições no país, paralisadas há quase um mês por conta da pandemia do novo coronavírus, uma das preocupações é quanto ao estrangulamento do calendário, com a possibilidade da uma maratona de jogos. Situação ainda mais crítica no Nordeste, que conta com um torneio regional em andamento. Porém, para o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, o retorno da Copa do Nordeste não é prioridade para a CBF.
Segundo o dirigente, por se tratar de uma competição “privada”, o torneio precisará se encaixar nas datas disponíveis. Cenário complicado tendo em vista o aperto no calendário, independentemente de quando forem autorizados o retorno das partidas. Para a conclusão do Nordestão, ainda falta a última rodada da primeira fase, além dos jogos das quartas de final, semifinal e as duas partidas da final.
Evandro voltou a enfatizar que na lista das prioridades da CBF está a conclusão dos estaduais e as competições nacionais, com o retorno da Copa do Brasil e o início do Brasileiro.“ A Copa do Nordeste é uma competição privada. Se não tiver data, não faz. Fica para o outro ano, não tem problema nenhum. A Copa do Nordeste é zero de problema. Ela não faz parte do calendário oficial. É uma competição privada que a CBF tem que ceder as datas. A CBF cedeu, mas houve uma pandemia e as datas se esgotaram. A CBF não sofre nada”, destacou Evandro.
Vale lembrar que por conta de um acordo judicial com a Liga do Nordeste, a CBF é obrigada a chancelar o Regional até 2022 cedendo 12 datas em seu calendário. No entanto, ao mesmo tempo, Evandro reconhece que há o interesse dos clubes na conclusão da competição por conta da premiação financeira.
Na primeira fase, o Sport tem direito a uma cota de R$ 2,2 milhões, enquanto Náutico e Santa Cruz a R$ 1,7 milhões. Nas quartas de final, os clubes faturam mais R$ 300 mil, caso avancem para as semifinais R$ 375 mil e em caso de título R$ 1 milhão (com R$ 500 mil para o vice). Pelo Campeonato Pernambucano, cada um dos times do trio de ferro recebeu R$ 1 milhão. Não há premiação extra nas fases finais.
Evandro, no entanto, alertou para a falta de datas. E jogou a responsabilidade para os clubes. “Eu acho que os clubes vão querer jogar por causa do dinheiro. É outra história. Se os clubes quiserem jogar em 24 horas, dia sim, dia não, a CBF vai atender. Mas essa é uma decisão dos clubes”, pontuou.
Sobre a volta do futebol, o presidente da FPF voltou a dizer que, em uma versão otimista, as atividades poderão ser retomadas no final de maio. Porém, enfatizou que toda decisão só será tomada alinhada e com o aval do ministério e secretarias estaduais de saúde.