Pela primeira vez em 106 anos de história, o Campeonato Pernambucano pode terminar sem um grande vencedor. Ainda sem uma data exata para a volta dos campeonatos pelo Brasil, os estaduais entram em cheque sem a certeza de conseguir datas suficientes para as partidas decisivas. No caso de Pernambuco, segundo relatou o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, em entrevista à Rádio Jornal, caso até setembro o calendário do futebol não retorne, o Estadual deve ser considerado como anulado, sem um campeão declarado.
"Todas as possibilidades foram postas na mesa, desde o campeonato voltar até ele ser cancelado. Se ocorrer de até setembro não resolver isso, não haveria como voltar. Com isso, por motivo de força maior, o fato nulo não produz efeito e o campeonato que não encerrou não teria como ter um campeão", destacou o presidente, antes de revelar o parecer do próprio Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD na decisão que pode ser tomada.
"O ato nulo não gera efeito. É um blocado jurídico e o STJD já se manifestou. Não há como declarar que o campeão é quem melhor se classificou ou o vice é o segundo pela fórmula da competição. E se não houver competição, ou uma competição declarada extinta não poderia causar efeito jurídico", reforçou.
Com isso, de acordo com Evandro Carvalho, os resultados da edição 2019 do Campeonato Pernambucano seriam reproduzidos também a efeito de classificação para o ano seguinte. "Teríamos que pegar os resultados do ano anterior e eles seriam homologado novamente. O Afogados da Ingazeira jogaria novamente a Copa do Brasil, por exemplo, e todas as outras vagas se repetiriam", afirmou.
Entretanto, o mandatário garante que a intenção da Confederação Brasileira de Futebol - CBF tem como intuito principal garantir a realização dos jogos dos da Copa do Nordeste e dos Estaduais, antes mesmo de iniciar as quatro séries do Nacional. "O 'plano A', a CBF já se comprometeu a jogar o (Campeonato) Brasileiro para depois. Tudo vai ser feito para se concluir a Copa do Nordeste, porque seria um prejuízo para os clubes e aumentaria a crise, e a intenção é que se encontre as datas", destacou, antes de apontar um prazo previsto para a volta dos jogos.
"A nossa previsão inicial é que em julho já pudesse começar, para a Copa do Nordeste gerar receitas para os clubes e os Campeonatos Estaduais gerarem efeito de classificação para as competições da CBF (em 2021)", completou Evandro.
Série A decidirá sobre nova 'pré-temporada'
Ainda segundo Evandro Carvalho, caberá aos clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro o poder de decisão sobre o intervalo entre o anúncio da volta aos jogos e a realização das partidas em si. "A CBF no padrão dela vai colher as opiniões dos clubes da Série A, o que a maioria decidir. A CBF não vai exercer o poder de autoridade e vai facultar aos clubes decidirem. Será feito assim", e aponta para opiniões distintas sobre o assunto, sobretudo entre as diferentes regiões do país.
"Isso está sendo conversado no Sindicato dos Atletas e com os clubes. Existem opiniões absolutamente díspares. Tem clube defendendo a volta com 72h e tem clube pedindo 20 dias. Não existe consenso absoluto sobre isso. É impressionante como é completamente divergente as opiniões entre os clubes, principalmente confrontando Norte e Nordeste com Sul e Sudeste", reiterou.