Traçando metas a longo prazo, mas sem abrir mão dos objetivos mais imediatos. É assim que o Belo Jardim se prepara para a temporada 2018. O Calango busca consolidação como uma das forças do futebol no interior do estado e mira o Salgueiro como inspiração para se firmar também no cenário nacional. O primeiro passo foi dado ainda em 2017, quando ganhou o direito de disputar a Série D do Brasileiro pela primeira vez, ao se classificar para o hexagonal do título do Campeonato Pernambucano. Porém, o clube não se deixa levar pela empolgação da estreia no nacional e entende que, antes de tudo, é preciso ganhar forças no cenário local, começando pela permanência na elite da competição local.
Com uma folha salarial girando em torno de R$ 60 mil e uma temporada atípica pela frente, onde terá mais tempo de atividade para o elenco profissional, a diretoria do Belo Jardim precisou se lançar ao mercado para captar um investimento maior que o de 2017. Até mesmo a parceira com a Moura - empresa de baterias automotivas fundada na cidade e principal patrocinador do clube desde a sua profissionalização - não foi suficiente para garantir os todos recursos necessários e outros investidores ainda estão em negociação.
“Vai ser um investimento bem maior, porque antes trabalhávamos com um campeonato de quatro meses apenas. Agora, nós teremos de seis a sete meses com calendário cheio”, explica o presidente do Belo Jardim, Franklin Maciel, que ainda aponta o arrecadamento com as arquibancadas como insuficiente. “A gente nunca trabalhou com renda, porque dificilmente conseguimos cobrir as despesas de operação nos jogos. Quando isso acontece, o que é raro, ficamos muito satisfeitos.”
Elenco
O grupo do Belo Jardim deu início à pré-temporada no dia 15 de dezembro, tendo como destaques da equipe, o goleiro Andrey e o volante Junior, que participaram da campanha de 2017 - quando o clube disputou o hexagonal do título -, além do zagueiro Danilo Cirqueira, ex-Santa Cruz, e do meia Kelvis, contratado junto ao Guarany de Sobral. Atualmente, o elenco conta com 21 atletas e a diretoria planeja contar ainda com mais cinco ou seis reforços até o início do campeonato, além de contratações pontuais ao longo da competição, já de olho na Série D, no segundo semestre.
“Estamos trabalhando com prioridade no Pernambucano, mas sempre nos atualizando em relação ao mercado. Quem não desenvolver o esperado, poderemos dispensar no fim do campeonato e contratar até mesmo durante o Pernambucano. Mas desse plantel que começaremos, quem estiver dentro do esperado, vamos aproveitar. A intenção é trabalhar com essa equipe e a nossa expectativa é que todos desenvolvam”, afirma Franklin.
Técnico
O treinador da equipe, Luciano Veloso, acompanha a equipe desde o acesso à primeira divisão, em 2016. No ano passado, levou o time à disputa do hexagonal do título, que deu direito a enfrentar os grandes da capital e à vaga inédita em uma competição nacional. Luciano destrincha o que planeja para sua equipe a curto prazo. “A princípio, a nossa expectativa é de fazer uma campanha de manutenção na primeira divisão. A vaga na Série D nós já temos e também estamos mirando um trabalho para o segundo semestre. Mas você precisa se manter na elite primeiro. Isso é prioridade.”
E ainda aponta para o trabalho a longo prazo no clube. “A gente planeja também pensando o ano de 2019. O objetivo é fazer o time começar a ter uma continuidade de disputar as finais, de ir ao mata-mata. Assim como o Salgueiro fez, e se tornou uma inspiração para nós. Para as equipes intermediárias, o caminho para começar a crescer é no Campeonato Pernambucano. É uma porta de entrada, na verdade”, completa o treinador.
Estádio
Praticamente itinerante em 2017, quando mandou jogos no Antônio Inácio, em Caruaru, no Arruda e até na Arena de Pernambuco, para 2018, o Calango voltará a jogar na cidade de Belo Jardim, situada a 189 quilômetros do Recife. Segundo o presidente do clube, Franklin Maciel, o estádio Sesc Mendonção teve os laudos técnicos aprovados e estará pronto para o início do campeonato, com gramado reformado e arquibancadas comportando até 7.050 torcedores.
“Todos os laudos foram aprovados e nós ainda estamos fazendo também um processo de recuperação no gramado. Em 30 a 40 dias teremos boas condições de jogo, com gramado à altura da Arena de Pernambuco”, planeja Franklin.
Com a volta ao estádio do município, o técnico Luciano Veloso espera uma dificuldade a menos, em comparação com a temporada 2017. “Ano passado, nós fizemos todos os jogos fora e isso nos atrapalhou. O fato de jogar com a torcida do lado ajuda, além do atleta sentir o seu próprio campo, principalmente na segunda fase do campeonato. Se a gente tivesse a chance de jogar em casa em 2017, a chance de chegar na semifinal seria grande. Mas já passou. Foi um ano importante, mas 2018 terá um nível mais elevado, com equipes mais qualificadas. Será um campeonato mais parelho.”