Com sistema de iluminação avançado, Afogados busca surpreender contra o Trio de Ferro

Clube mais jovem na disputa pelo Campeonato Pernambucano, o Afogados da Ingazeira se prepara para a sua segunda participação na elite do Estadual. Profissionalizado em 2014, o representante que leva o nome da cidade, situada na região do Sertão do Pajeú, a 381 quilômetros do Recife, sonha em chegar ainda mais longe que no ano passado, em sua estreia na primeira divisão, quando por muito pouco não conseguiu a vaga para disputar o Brasileiro da Série D. Terminou o campeonato no segundo lugar do Hexagonal da Permanência, somando a mesma pontuação do líder Flamengo de Arcoverde. Só não ficou com o título simbólico e a inédita vaga no nacional pelos critérios de desempate.

Mesmo mantendo os pés no chão ao apontar a briga contra o rebaixamento como o principal objetivo de 2018, a Coruja não esconde a empolgação de querer chegar ainda mais longe. “O nosso ‘plano A’ é garantir a permanência. Agora, se a gente ficar entre os oito (que avançam para a fase mata-mata) e disputar uma quarta de final, podemos almejar, sim, uma Série D”, vislumbra o diretor de futebol do Afogados, Enio Amorim.

O caminho para chegar ao mata-mata não será nada fácil, literalmente. Somando toda a distância que o time percorrerá na primeira fase, atinge o total de 2.882 quilômetros. A segunda maior distância no campeonato - atrás apenas do Salgueiro, que viajará mais. Serão dez jogos apenas de ‘ida’ na primeira fase, e pela primeira vez em sua curta história, o Afogados enfrentará o Trio de Ferro de Recife: Náutico, Santa Cruz e Sport. Sabendo do nível maior de dificuldade na competição, o Tricolor do Pajeú aposta as fichas em um elenco bem preparado fisicamente e na estrutura do estádio Vianão, que passa por obras de adaptado para receber um público maior, e conta ainda com o “segundo melhor sistema de iluminação no futebol do estado”, segundo o próprio clube.

“No papel, esse é o elenco melhor preparado que nós já montamos.” É dessa forma que o diretor Enio Amorim apresenta o grupo de jogadores. Os treinamentos da pré-temporada começaram no dia 4 de dezembro, com os atletas apresentando uma boa forma física para início de trabalho. O time conta com peças vindas do futebol alagoano, além da volta de jogadores que se destacaram na campanha do acesso do clube, em 2016. Destaque para o goleiro Evandrízio e o veterano meia-atacante Bebeto.

A folha salarial também recebeu um acréscimo e gira em torno de R$ 70 mil, R$ 10 mil a mais que a do ano anterior. Porém, o maior trunfo do grupo, que tem uma média de idade de 24,7 anos, é mesmo a parte física. “Tivemos o cuidado de não pegar jogadores inativos há muito tempo. Na apresentação, todos eles estavam em boa forma e isso ajuda bastante no trabalho da fisiologia. A preparação física nos dará uma dor de cabeça bem menor que a do ano passado”, explica Enio.

Para comandar o grupo, Pedro Manta assume o cargo de treinador pela quarta temporada. O técnico de 55 anos tem experiência como auxiliar no Santa Cruz e no Sport, além de passagens por diversas equipes do interior do estado e da Paraíba. Pedro chegou a deixar o clube no fim de 2016 para trabalhar no Pará, mas acertou a volta ao time ainda durante a disputa do Pernambucano de 2017.

Outro trunfo do Afogados para o Pernambucano é o estádio Valdemar Viana de Araújo, o Vianão. O estádio passa por melhorias para receber grandes jogos do campeonato e tem na iluminação como o principal atrativo, ostentado com orgulho pelos afogadenses. Um inédito sistema foi instalado, composto por seis torres com 106 lâmpadas de LED no total, tecnologia semelhante à utilizada na Arena de Pernambuco. Com a novidade, a cidade pôde sediar sua primeira partida noturna, no jogo amistoso diante do Salgueiro, no último sábado. Segundo o clube, o sistema foi apontado por técnicos da TV Globo (que detém os direitos de transmissão do campeonato) como o segundo melhor apresentado para o torneio, atrás apenas do equipamento construído para a Copa do Mundo. “É um sistema melhor que o do Arruda e o da Ilha do Retiro”, afirma Enio.

O Vianão passou ainda por reformas de adaptação e conta com um projeto para expandir a capacidade máxima de público de 2 mil para 5 mil torcedores. Para isso, serão instaladas arquibancadas móveis, que também aumentarão o número de cabines de imprensa de quatro para 12 no total. Além disso, os dois vestiários que já existiam foram unificados e um novo também foi construído. O gramado, que já possuía boas condições de jogo, recebeu novas etapas de adubação e nivelamento com areia, para ficar “mais pesado”, conforme a diretoria.

O grande teste do estádio será na partida contra o Santa Cruz, pela sexta rodada, no dia 7 de fevereiro. Jogo que já mexe com o ânimo dos moradores da região. “Mesmo com a queda (de divisão) do Santa Cruz, não deixa de ser um clube grande. É uma expectativa muito grande. Muita gente da região está se mobilizando para essa partida e para o campeonato. Além de ser um jogo atípico para a cidade porque será televisionado.”