A partida entre Sport e Salgueiro faz parte dos experimentos práticos do Internacional Football Association Board (IFAB), o órgão máximo da arbitragem no futebol mundial. O objetivo dos testes em questão não é interferir em 100% dos lances duvidosos, já que isso implicaria em uma mudança no ritmo de jogo. Conduzidos pela ideia de “mínima interferência, máximo benefício”, a atuação da tecnologia somente pretende interferir em lances que podem mudar, diretamente, o resultado de uma partida.
CBF e FPF colocarão o árbitro de vídeo em prática após um ano trabalhando no projeto. Desta vez, segundo explica a Confederação, o uso será online, com a comunicação aberta entre o árbitro de vídeo, na cabine, e o árbitro principal, em campo.
Histórico
Em 2 de outubro de 2015, a FPF, através do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, encaminhou um ofício à Fifa solicitando o uso experimental na fase decisiva do Campeonato Pernambucano. Não conseguiu porque a International Football Association Board (Ifab), órgão que regulamenta as regras do futebol, só autorizou os testes em março do ano passado. A Federação Pernambucana é a única federação brasileira a solicitar à Fifa a autorização para realizar a experiência do uso da tecnologia para interferir em lances decisivos de uma partida e recebeu a sinalização positiva da Escola Nacional de Árbitros de Futebol (Enaf).
A CBF é uma das seis confederações mundiais autorizadas a realizar os testes. Estados Unidos, Austrália, Alemanha, Portugal e Holanda (que já começou o uso) são os outros países que podem usar o sistema. Outras nações, como México, França e Itália, também demonstraram interesse.
Como funciona?
Uma comissão com três árbitros ou ex-árbitros com qualificação Fifa ficarão em um container dentro do estádio, mas isolados de qualquer tipo de interferência. Nele, terão acesso ao replay de imagens da partida e, em contato direto com o árbitro da partida por rádio, podem receber a solicitação para tirar dúvidas em lances cruciais. Técnicos, jogadores ou qualquer membro de comissão técnica não poderão requisitar a revisão de um lance. A decisão partirá apenas do árbitro principal.
O árbitro de vídeo atuaria em quatro frentes*:
1) Para determinar se o bola ultrapassou a linha do gol;
2) Marcação de pênalti;
3) Expulsão (Cartão vermelho);
4) Identificação de jogadores para punição
*Não há limites para intervenções
O árbitro de vídeo NÃO atuaria em:
- Cartão amarelo;
- Marcação de escanteios;
- Inversão de faltas;
- Faltas fora da área;
- Inversão de arremesso lateral;
- Lances interpretativos (bola na mão)