FPF vai tentar agilizar julgamento de ação que pede a extinção das torcidas organizadas

Uma ação que tramita no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE) que pede, entre outras medidas, a extinção das torcidas organizadas Jovem, Inferno Coral e Fanáutico está aguardando há mais de um ano julgamento. Após os últimos acontecimentos de violência envolvendo essas facções, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, revelou que vai tentar agilizar esse processo. Por meio do desembargador Bartolomeu Bueno, ele vai marcar uma reunião com o presidente do TJ-PE, Frederico Neves, para falar sobre o assunto.

A ação é de autoria do Ministério Público, por meio do promotor Ricardo Coelho, que solicita uma série de medidas para coibir a ação das organizadas. Entre elas, é considerada vital no combate às facções a extinção da personalidade jurídica (CNPJ), o que as impediria de manter lojas comercializando produtos oficiais. "Pedimos uma série de medidas na ação, que está pronta, aguardando há um ano o julgamento. Se ele (juiz) deferisse, com certeza seria um duro golpe nessas organizações", disse o promotor.

A expectativa de Evandro Carvalho é conseguir, junto ao presidente do TJ-PE, a agilização do processo para que ele seja, enfim, julgado. "A gente espera conseguir essa audiência no TJ o mais rápido possível para que possamos mostrar ao presidente a importância do julgamento desse processo. Queremos andar com a extinção das torcidas e fechar as sedes", afirmou o presidente da FPF, que espera ter a reunião com Frederico Neves já na próxima semana.

Nesta quarta-feira, a FPF anunciou a criação da Diretoria de Desenvolvimento de Projetos e de Relacionamento com os Órgãos de Segurança do Estado de Pernambuco, nomeando o ex-comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Luiz Meira para o cargo. A promessa é de uma conversa direta com as autoridades policiais do estado, a fim de contribuir para a diminuição da violência e o aumento da segurança do público.

O nome de Meira não foi escolhido por acaso. A ideia é criar um impacto, já que o ex-comandante do Batalhão de Choque da PM é conhecido pelas atitudes fortes. No discurso, ele confirmou essa expectativa. Prometeu medidas efetivas, comunicação com os órgãos de segurança e melhor uso da inteligência para evitar confrontos entre torcidas. O monitoramento, por sinal, foi considerado como chave por ele. "Bandido tem que estar sendo monitorado e acochado. E tem que estar na cadeia. Foi opção dele ser bandido", afirmou Meira.

Críticas
O promotor Ricardo Coelho foi de encontro às declarações do governador Paulo Câmara que, nesta quarta-feira, afirmou que o problema da violência entre facções organizadas cabe a "quem faz o futebol em Pernambuco". O agente público criticou a falta de vontade política para resolver o problema. "Há uma total falta de comando e de vontade política. O governo tem que resolver o problema e não se esconder", afirmou.