Dois mil e seis, Le Mans, França. Chega ao pequeno clube da cidade, de pouco mais de 140 mil habitantes, um campeão do mundo: Grafite. Meses depois do título conquistado com o São Paulo no Japão, sobre o Liverpool, o jovem de 26 anos dava início à sua primeira experiência no futebol europeu. Adaptar-se a uma realidade tão diferente pode ser complicado, e a prova disso é o número de brasileiros que sucumbe diante do desafio e volta correndo ao país-natal. Para o hoje atacante do Santa Cruz, foi bem mais fácil - ele pôde contar com Túlio de Melo, com quem se reencontra hoje, na Ilha do Retiro.
Grafite (em pé, com a tarja de capitão) e Túlio de Melo (agachado, ao centro) a serviço do Le Mans em 2006
O centroavante rubro-negro comentou sobre a relação com Grafite ainda antes de sua chegada ao Recife, quando conversou com o Superesportes por telefone. "A minha relação com Grafite é bem estreita. É um irmão que eu tenho no futebol", afirmou. E poucos dias antes do clássico, o tricolor comentou com carinho sobre a amizade.
"Túlio é um cara espetacular, que ajudou muito a mim e minha família quando cheguei na Europa. Nos ajudou em tudo lá. Foi muito prestativo para nós. Criamos um vínculo, uma amizade muito grande. Estamos sempre nos falando, mantendo contato", revelou. Reunidos dez anos depois, eles chegam ao Clássico das Multidões com expectativas distintas. Grafite busca reviver as boas lembranças que guarda da rivalidade, enquanto o camisa 99 do Sport tem a chance de apagar de vez a má impressão inicial e cair nas graças do torcedor.