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MARADONA

Abençoado pela 'Mano de Dios': Relembre a carreira de Maradona, um dos maiores da história

Craque argentino faleceu na manhã desta quarta-feira, deixando fãs ao redor do mundo desolados pela perda do ídolo do país hermano

postado em 25/11/2020 15:43

(Foto: Divulgação)
Diego Armando Maradona. Um dos maiores nomes da história do futebol, esse argentino de Lanús nunca esteve restrito ao mundo esportivo. Personagem icônico da cultura porteña e voz ativa em movimentos políticos, o ídolo marcou a história do esporte ao vestir as camisas de Argentinos Juniors, Boca, Napoli e, claro, a albiceleste da Seleção Argentina, por onde ainda é considerado o maior de todos os tempos.

Foi nas periferias da capital argentina que Maradona conheceu a bola de futebol. Aos nove anos, Don Diego foi aceito nas categorias de base do Argentinos Juniors, equipe mediana de Buenos Aires, conhecida como Semillero (sementeira) del Mundo por seu grande trabalho de base, que além de Dieguito, revelou nomes como Riquelme e Cambiasso.

Destaque desde a chegada, El Pibe de Oro estreou no profissional aos 15 anos e, já no ano seguinte, fazia sua estreia pela Argentina, tendo sido escolhido por César Luis Menotti para entrar aos 20 do segundo tempo na vitória por 5 a 1 sobre a Hungria. Ali, o jovem levava um 19 nas costas, mas a eternização de Maradona, ou melhor, do D10S, veio com a 10.

Cortado da seleção que jogou, e ganhou, a Copa de 1978, Maradona se sagrou como o único jogador a ser artilheiro de cinco torneios seguidos, nas disputas nacionais. Na sequência, ele deixou o Argentinos em 1981, após 166 jogos e 116 gols, para defender o Boca Juniors, time do seu coração. No Argentinos, foi imortalizado no nome do estádio.

No clube xeneize, a passagem foi curta, mas marcante. Com o título argentino de 1981, Maradona celebrou a única taça nacional do Boca em 16 anos. Oficialmente, foram 40 jogos e 28 gols, mas os números vão além, pelo grande número de amistosos que La Bombonera recebeu e os milhares de fãs que o Boca mobilizou ao redor do mundo só para ver El Cósmico.

EUROPA 

A venda para o Barcelona, por US$ 7 milhões, foi a mais cara da história em 1982 e, logo após, Maradona estreou no Mundial, com rendimento abaixo, assim como aconteceu na Catalunha, onde era a expectativa da salvação, mas se envolveu em polêmicas e conheceu o mundo das drogas. Ainda assim, foi fundamental para os blaugranas garantirem um título da Copa do Rey, um da Copa da Liga e um da Supercopa.

Meio à insatisfação, sua passagem durou dois anos, 36 jogos e 22 gols, com novo recorde de transferência em 1984, por mais de US$ 11 milhões no seu acerto com o, então pequeno, Napoli, da Itália. A torcida custava a acreditar, mas era verdade, um dos maiores da história estava prestes a jogar ali. Se à época, o clube só tinha títulos inferiores, El Cebollita conduziu uma Copa da UEFA, um bicampeonato Italiano, além de uma Coppa e uma Supercoppa. Além de atuações e títulos, Maradona colocou o Napoli no mapa.

Enquanto isso, com a camisa da Albiceleste, El Barrilete chegava sob desconfiança para o Mundial de 86, sua maior glória com a equipe nacional. Em uma campanha quase perfeita, Maradona foi o melhor jogador, conseguiu o recorde ainda vigente de dribles em uma Copa (53) e levanta a taça. Nas quartas, seus dois lances mais marcantes, contra a Inglaterra, o gol “La Mano de Dios” e o drible do “Gol do Século”. Pela seleção, foram 91 jogos e 34 gols.

DECADÊNCIA

A decadência, porém, vem em 1991, quando Maradona sai pela porta dos fundos, envolvido com a máfia italiana. Ele deixa o Napoli com 188 jogos e 81 gols. No ano seguinte, pelo Sevilla fica apagado e, novamente, marcado por polêmicas. Foram apenas 26 jogos e cinco gols. No Newell's Old Boys, cinco jogos, muitas lesões e uma saída relâmpago.

El Pelusa ainda jogou as Copas de 1990 e 1994 e estreou como técnico durante punição de 15 meses após ser testar positivo no antidoping para cocaína. Assim, ele comandou Textil Mayandú e Racing, da Argentina, antes de voltar a campo, de novo no Boca, entre 1994 e 1997. Ele ainda foi fundamental para boas campanhas xeneizes, mas não voltou a levantar taças, após 30 jogos e sete gols. Sua aposentadoria veio após mais um antidoping positivo.

TREINADOR 

Onze anos depois, Maradona seguiu carreira como treinador, passando pela Seleção Argentina, Al Wasl/EAU, Al-Fujairah/EAU, Dorados de Sinaloa/MEX e Gimnasia y Esgrima/ARG. Foram 140 jogos enquanto treinador e nenhum título oficial, contrastando com sua vitoriosa, histórica e marcante carreira dentro dos campos, onde, eternamente, Dieguito será lembrado como um dos maiores camisas 10 que já existiu.