São 513 histórias de vidas diferentes partindo do Recife rumo a Fernando de Noronha, divididas em 101 embarcações. Na bagagem de cada uma delas, a expectativa de encontrar um paraíso ecológico, de águas cristalinas – ora verde, ora azul – e local perfeito para desfrutar momentos que podem ser de paz absoluta ou de festa. Na chegada, há opção para todos os gostos. Em uma competição onde a peculiaridade é simplesmente viver o prazer de velejar, ganham o prêmio o primeiro e o último colocados. Basta percorrer as mais de 300 milhas da Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno). O maior troféu é chegar. Ao meio-dia de hoje, a partida acontece do Marco Zero. E uma família em especial estará dando largada a um sonho.

O publicitário e empresário carioca Ricardo Mondego, 47 anos, levará consigo a esposa e dois filhos para participarem pela primeira vez na vida de uma regata. A Refeno, porém, é apenas o ponto de partida para quem tem como destino a Europa. Em uma viagem de 18 meses a bordo do monocasco de nome Sobá, eles passarão pelo Caribe. “Largamos uma situação muito confortável, em uma casa de frente para o mar, com 300 metros quadrados, para morar em um barco. Alguns amigos me chamam de maluco. Mas está sendo incrível. Superando até as expectativas”, afirmou Ricardo, após os primeiros cinco meses de moradia no barco.

A experiência em longas viagens ao lado da esposa, a peruana Maite Benavides, 44 anos, já é de muitos anos. Com 17 anos de casados, antes do nascimento dos dois filhos, eles já viajaram por toda a América Latina com um trailer, em meados de 1997. “Agora está sendo diferente, estamos realizando um sonho de estar junto, em família, e isso é importante. Estamos próximo aos filhos, em uma idade que eles ainda se interessam em estar juntos”, disse Ricardo, sendo seguido por Maite: “É algo que une a gente. Na verdade, desde que namorávamos, queríamos fazer isso. É um sonho que era longe, mas foi se tornando próximo e decidimos encará-lo”, afirmou a bióloga, em perfeito português.

Saudade
Apesar de estarem adorando a vida em alto mar, o que as crianças mais sentem falta é dos amigos. “Não poder visitar amigos nos fins de semana é o que me deixa um pouco inquieto. Agora que conhecemos e estamos convivendo mais com uma família sul-africana está melhor, mas sinto falta dos amigos”, revela Diego, 14 anos, acompanhado pelo irmão mais novo, Rodrigo, de 11 anos. “Mas é muito bom conhecer os lugares, poder surfar em praias diferentes. Eu estou curtindo muito”, garantiu o pequeno.

Saiba mais

12h - largada do Recife rumo a Fernando de Noronha

513 - velejadores participarão do evento

101 - embarcações

12 - estados brasileiros

5 - países (Argentina, Bélgica, Suíça, Inglaterra e Estados Unidos)