Daniel Leal - Diario de Pernambuco
Tags: leonardo rodrigues jenifer martins salto em altura atletismo 100m paratletismo paradesporto paralimpíadas rio 2016
21/10/2013 09:19
21/10/2013 12:04
Leonardo já foi o melhor do país no salto em altura e vende frutas na rua |
Léo vende frutas em um sinal no bairro de Piedade. Jenifer, sonha com medalhas nas paralimpíadas do Rio 2016. Para isso, treina todos os dias da semana. Como queria Léo. Mas não. O salto em altura saiu da rotina dele há dois anos. Hoje, ele não sabe mais se consegue repetir o que fazia. Histórias de dois paratletas pernambucanos que apontam para desfechos diferentes. Não pelo talento, mas pelo “acaso”.
Longe da rotina de atleta, Léo, no entanto, reconhece a importância do esporte em sua vida. Pouco antes de começar a prática, ele foi preso por furar o padrasto com uma facada. “Passei um ano e três meses na cadeia, mas isso é passado”, diz. “Em 2010, encontrei o esporte por acaso. Estreei batendo recorde brasileiro e sendo campeão nacional”, relembra o jovem, que perdeu a perna esquerda em um acidente na BR-101 aos 12 anos. “Eu estava a cavalo, ‘doidão’. Não gosto de lembrar.”
Jenifer Martins é, aos 24 anos, medalhista pan-americana |
As dúvidas de Léo não fazem parte da vida de Jenifer. Nascida com uma paralisia cerebral permanente, fruto de um parto complicado, a menina contou com o afago de uma família incentivadora para vencer a tudo e a todas. Já é medalhista nos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, 2007 (ouro nos 100m e prata nos 200m) e Guadalajara, 2011 (ouro nos 100m e 200 m).
“Jenifer é uma referência em um estado que tem a tradição de grandes paratletas, como Suely Guimarães, Rosinha Santos e Leonardo Amâncio. Só que Jenifer pegou o momento da história onde essas referências estão se aposentando e ela está sendo o novo. Mas é uma menina que merece. É dedicada. Ama o que faz”, disse o técnico Abraão Nascimento.
Ano passado, Jenifer assegurou pela 5ª vez o prêmio de melhor paratleta de Pernambuco. Fato que não foi conquistado instantaneamente. A jovem paratleta fez anos de fisioterapia para conseguir andar e passou anos na natação até conhecer o paradesporto.
Por fim, a paratleta enviou uma mensagem para Léo e todos àqueles que almejam o sucesso no esporte. “Me sinto realizada e honrada em saber que a minha história serve de motivação. As pessoas precisam ter força de vontade e coragem, precisam acreditar em si.”
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