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Corpo e alma sem limites

O sorriso de Jéssika

Nascida com paralisia cerebral, paratleta superou ausência do pai para ser a terceira melhor saltadora do Brasil

Daniel Leal - Diario de Pernambuco

Publicação:

20/10/2013 14:08

 

Atualização:

20/10/2013 16:00

O sorriso de Jéssika é intraduzível. Assim como a sua força. A atleta de 21 anos nasceu com paralisia cerebral. Tem a parte esquerda do corpo parcialmente afetada. Do homem que a colocou do mundo, nem o sobrenome herdou. Não gosta de falar nisso. Como também dispensa a compaixão. O assunto principal dela é o esporte, os títulos, o sonho. Terceira melhor do Brasil no salto em distância, Jéssika quer chegar às Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

Jéssika foi ouro logo na primeira competição que disputou, em Manaus  (Jéssika foi ouro na primeira competição que disputou (Bruna Monteiro/DA/DA Press))
Jéssika foi ouro logo na primeira competição que disputou, em Manaus
O abandono no nascimento não privou Jéssika Fernandes de um pai. Apenas reuniu as duas figuras, pai e mãe, em Vandilma de Lima. Quando a sua filha nasceu, ela abriu mão da vida. Largou o emprego de doméstica, mudou os hábitos, adaptou-se à nova rotina. Vive em um quartinho nos fundos da casa da mãe, na Vila São Miguel. “Vivíamos na fisioterapia, em médicos. Acaba que o sustento vem do benefício dela”, explica Vandilma.

Dinheiro para os remédios, transporte e alimentação. Pouco para construir uma paratleta de ponta. Suficiente para Jéssika. “O que essa menina faz é incrível. Ela tem tudo para ser paratleta olímpica. Tem hora que passo um treino mais forte pois sei que ela quer. Fico constrangido de atrapalhar o sorriso dela pela dor do treino”, afirma o técnico Jállysson Jader, o Jajá, que treina Jéssika no Campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A descoberta
Desde os dois anos, Jéssika entrou na natação. Mas foi só em 2009 que encontrou a sua verdadeira paixão: o atletismo. Com toda dificuldade e superando as convulsões esporádicas, corre até cinco quilômetros por dia. “Em 2009, ela viajou sem mim pela primeira vez na vida. Foi para Manaus. Fiquei com o coração pequeno. Mas valeu muito a pena. Ela ganhou no salto em distância e ainda ficou em segundo na corrida de 100 e 400 metros”, disse Vandilma, que carrega consigo a filha todos os dias em quatro ônibus. Através do esporte, Jéssika já viajou para vários estados do país, sempre com destaque. “Essa menina é um exemplo para qualquer pessoa. Ela enfrenta tudo de frente. Já é uma vencedora”, afirma o técnico Jajá.

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