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Peça Fundamental

O melhor entre os melhores

Neymar apresentou seu cartão visitas aos espanhóis com uma atuação decisiva na final

Alexandre Barbosa - Diario de Pernambuco

Publicação:

01/07/2013 08:41

 (NELSON ALMEIDA/AFP)
Oficialmente, a janela de transferências internacionais se abre hoje. Ou seja, é a partir de agora que Neymar passa a pertencer ao Barcelona. Ontem, foi também a despedida oficial do Brasil. Não poderia ter sido melhor. Foi de um jeito que ele mesmo se surpreendeu, conforme revelou após a vitória sobre a Espanha. Foi decisivo, marcou quatro gols, deu duas assistências. Eleito o melhor em campo em quatro dos cinco jogos que disputou. No fim, a coroação, sendo escolhido como o melhor jogador do torneio.

Neymar encarou com coragem a responsabilidade de vestir a camisa 10. Se para a maioria esse simples número pesa toneladas, em nenhum momento ele demonstrou sentir tal pressão. O menino jogou leve, solto, nem parecia que as expectativas de um país inteiro estavam em cima dele. Encarar responsabilidades nunca foi problema para o atacante. A atuação na Copa das Confederações veio para deixar isso claro.

A vida de Neymar está prestes a passar por uma transformação. Ele viverá um choque de realidades que ainda não é sequer capaz de imaginar. No Barcelona, terá novas provas pela frente. Vai ter que se adaptar ao novo time. Vai ter que convencer novos torcedores, a um novo tipo de imprensa. Vai ter que vencer novos desafios.

Daqui a um ano, é certo que um Neymar diferente estará entrando em campo pela Seleção. A camisa 10 será a mesma. Que a naturalidade dele também seja a mesma. Que o poder de decisão dele seja o mesmo. Mas que o estilo do craque esteja ainda mais refinado. Hoje, o Brasil tem certeza de que tem um jogador diferenciado a seu serviço. E que isso fique claro, também, para o resto do mundo.

Neymar Jr.

Craque do jogo



90 minutos jogados
24 passes
3 chutes
2 gols
3 faltas cometidas
4 faltas sofridas

Nascido para usar a 9


Fred passou em branco nos dois primeiros jogos da Copa das Confederações. Pior. O reserva imediato dele, Jô havia entrado nas duas partidas e marcado uma vez em cada. Questionamentos surgiram. Poucos, mas surgiram. Nada que abalasse a confiança de Felipão no seu jogador. E o treinador tratou de deixar isso bem claro para ele, antes da partida com a Itália. “Você pode errar até a bola, mas vai jogar os 90 minutos”, disse o técnico, a ele, na ocasião. Não deu outra: o atacante jogou a partida inteira, marcando duas vezes. E engrenou. Repetiu a dose diante do Uruguai. Fechou com chave de ouro contra a Espanha: mais dois. Não tem outro. Fred nasceu para usar a 9.

Dívida quitada

O Brasil vencia por 1 a 0. Fazia uma partida perfeita. Na única falha do time no primeiro tempo, porém, a Espanha quase complicou. Pedro recebeu sozinho na direita. Bateu tirando de Julio Cesar. A bola caminhava mansa para o gol. Mas não chegou lá. David Luiz deu uma arrancada impressionante. Deslizou de carrinho, esticando a perna, tirando a bola. Valeu mais que um gol. Criticado, principalmente após a atuação insegura diante da Itália, o zagueiro estava em dívida. Não mais. Pagou e com juros. A dupla com Thiago Silva segue firme e forte.

Confiança restabelecida

Felipão dá uma grande valor à camisa 1 das suas equipes. Não coloca qualquer um lá. Não basta ser bom. Mas também não precisa nem ser o melhor. Essencial é ser digno da confiança do treinador. E foi assim que Julio Cesar voltou a ser titular da Seleção. Contestado, marcado pelo lance que resultou na eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 2010, poucos apostavam no sucesso dele. Mas o que confiança não faz. Felipão deu isso e mais um pouco. E o goleiro retribuiu sendo um dos destaques da equipe na Copa das Confederações. Decisivo na defesa do pênalti de Forlán, na semifinal contra o Uruguai. Seguro diante da Espanha. Deve ganhar, com justiça, uma segunda chance na Copa de 2014.

“Filho” de Felipão


A primeira chance de Luiz Gustavo na Seleção foi com Mano Menezes. Mas foi Felipão quem o fez titular. Não poderia ser diferente. O volante é o tipo de jogador que ele gosta. Por isso, teve uma atenção toda especial com ele. Ajustou o posicionamento do jogador, que capitaneou a blitz de marcação na final contra a Espanha. Foi perfeito nos desarmes. Implacável na perseguição aos craques do meio-campo espanhol. Hoje, fica difícil imaginar o time sem ele. É o companheiro perfeito para Paulinho.

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