Shakhtar Donetsk chega ao Brasil com força máxima para a disputa de cinco amistosos

No Brasil para uma série de cinco amistosos, sendo dois em Brasília, o elenco do Shakhtar Donetsk não perdeu tempo e fincou o pé na areia no Rio de Janeiro. O técnico Mircea Lucescu decidiu realizar o treino deste sábado (10/1) na praia sob o calor de 37°C, temperatura bem diferente do inverno ucraniano.

Eles vivem em uma das regiões mais frias da Europa. O idioma não tem nada a ver com o português. Até o alfabeto, aliás, é outro. Ainda assim, grande parte dos jogadores do Shakhtar Donetsk, atual campeão ucraniano e rival do Bayern de Munique nas oitavas da Liga dos Campeões, se sente em casa na miniturnê pelo Brasil. Dos 29 atletas relacionados da equipe, 13 nasceram no país. Serão cinco jogos em nove dias, incluindo duas partidas no Mané Garrincha, contra Flamengo, em 18 de janeiro, e Cruzeiro, dia 25, pela Granada Cup.

E, apesar do clima de férias no primeiro dia da viagem — nesta sexta, os jogadores aproveitaram para ir à praia no Rio —, o treinador romeno Mircea Lucescu deve usar a força máxima na preparação para o restante da temporada europeia, incluindo o artilheiro da atual edição da Liga dos Campeões, o atacante Luiz Adriano, com nove gols em cinco jogos.

O ex-atleta do Internacional é, por sinal, o maior goleador da história do time ucraniano. No total, 121 gols pela camisa laranja e preta o elevaram à condição de ídolo na torcida. As boas atuações chamaram a atenção do técnico da Seleção, Dunga. Com a amarelinha, ele atuou nos dois últimos amistosos, nas vitórias contra Turquia (4 x 0) e Áustria (2 x 1), mas não marcou nenhuma vez.

Apesar da badalação em torno do nome de Luiz Adriano, ele tem apenas o nono maior valor de mercado no Shakhtar: R$ 21,9 milhões, muito abaixo, por exemplo, dos
R$ 62,6 milhões do atacante Alex Teixeira, ex-Vasco.

Ainda assim, os brasileiros dominam as listas do clube desde a chegada de Lucescu à equipe, em 2004 — um fanático pelo Brasil de Pelé, Tostão e Rivelino na década de 1970. O time é turbinado pela presença do multibilionário ucraniano Rinat Akhmetov, presidente do Shakhtar desde 1996, que injetou investimentos no time e permitiu a presença de jogadores de fora da Ucrânia, algo raro nos tempos de União Soviética.



Meio-campo
O mais brasileiro dos times europeus tem o meio-campo quase todo verde-amarelo: 10 dos 11 na lista nasceram por aqui. Entre os nomes mais conhecidos no Brasil estão Wellington Nem, Dentinho e Bernard — que volta ao Mané Garrincha pela primeira vez desde o golpe de misericórdia do vexame na Copa, a derrota por 3 x 0 para a Holanda na disputa do terceiro lugar.

A visita do Shakhtar Donetsk ao Brasil tem o objetivo de manter o ritmo da equipe, já que o Campeonato Ucraniano está em recesso durante o inverno, e o time tem o complicado compromisso contra o Bayern, pela Liga dos Campeões, em 17 de fevereiro. Pela liga nacional, o clube mira retomar a liderança na tabela, hoje nas mãos do arquirrival Dínamo de Kiev.

O Shakhtar permanece no Rio até quinta-feira, data da viagem a Salvador, onde enfrenta o Bahia, no dia seguinte. Entre os dois jogos em Brasília pela Granada Cup, o time ucraniano pega, sempre com um curtíssimo intervalo de dois dias, o Atlético-MG, em Belo Horizonte, e o Internacional, em Porto Alegre.



Longe dos conflitos
Sob ocupação de separatistas russos desde abril do ano passado, que chegaram a declarar independência da Ucrânia, a cidade de Donetsk não recebe jogos do Shakhtar na Donbass Arena. O local fica no leste ucraniano, bem no centro do conflito entre os dois países. Por questões de segurança, o time tem mandado as partidas da cidade de Lviv, distante dos riscos de confronto armado entre os dois países.

Turnê do Shakhtar
Data Adversário Local

16/1 Bahia x Salvador
18/1 Flamengo x Brasília
21/1 Atlético-MG x Belo Horizonte
23/1 Internacional x Porto Alegre
25/1 Cruzeiro x  Brasília