Base, título e carreira na Europa: o adeus emocionante do goleiro Bruno do Náutico

O goleiro Bruno se despediu ontem do Náutico. Em uma entrevista cercada de emoção e agradecimentos, o agora ex-camisa 1 do Timbu falou pela última vez antes de partir para Portugal, onde defenderá o Gil Vicente na primeira divisão do país. Ele foi emprestado até junho de 2020. Ele viaja ainda neste mês, mas só começa pelo novo clube em julho, que é quando a janela de transferência internacional se abre. Antes de assinar o contrato de empréstimo, Náutico e Bruno também prorrogaram contrato até o final de 2022. 

Na coletiva de despedida do clube, Bruno contou detalhes de como ficou sabendo e se emocionou bastante. “Fiquei sabendo depois do jogo com o Globo-RN. Eu não sabia até então. Até depois do jogo tirei a camisa e fiquei pensando: ‘Será que vai ser meu último jogo?’. E eu nem sabia de nada... Só fiquei pensando no vestiário. É difícil pra mim. Até comentei com algumas pessoas. Apesar do resultado negativo que tivemos, eu tive essa notícia e fiquei muito feliz. É um sonho pra mim e minha família. É o reconhecimento de meu trabalho, que vinha sendo feito, com algumas críticas também... Quero lembrar das coisas boas que fiz, das partidas boas e das defesas. Não é fácil. É uma pressão muito grande, ainda mais por ser da base. Essa negociação me deixou muito feliz” contou.

O goleiro também falou que não espera que seria negociado. Ainda mais para um time da Europa. “Sinceramente não esperava isso. Muitos falavam de mim, me elogiam bastante, como o Diógenes Braga (vice-presidente de futebol) falava bastante. Mas sempre tive e tenho pés no chão. Não esperava que seria um time de primeira divisão e de um país de tradição. Eu fico feliz. É o reconhecimento de um trabalho que vem sendo feito desde 2011, quando comecei no futebol com 15 anos. E hoje venho sendo recompensado. Já passei por muitas dificuldades, de ficar longe de casa, de treinos e dia a dia. Então é uma recomeça que tenho”, disse.

Bruno também revelou toda sua gratidão ao Náutico e disse que sai triste por não ter conseguido um título e o acesso (por enquanto) para a Série B. “Eu amo esse clube. Vivi muitas coisas boas e ruins também. Saio triste porque não queria sair sem o título desse ano e o acesso, mas vai ser bom para mim e para a minha família. É um sentimento de saudade. Vivi muito bem aqui. Falei que não ia chorar, mas não consegui”.

Bruno assumiu a titularidade no Náutico no ano passado, depois que o então titular, Jefferson, se lesionou. E com ótimas aparições nos primeiros jogos, ganhou a confiança do treinador Roberto Fernandes. Tanto que, mesmo com Jefferson recuperado (depois ele acabou sendo emprestado para o Atlético-GO), permaneceu no time. 

Seu único título foi o Campeonato Pernambucano de 2018. Na Série C do mesmo ano, teve algumas atuações contestadas, mas seguiu como titular. Neste ano, se machucou justamente na semana em que Jefferson retornou ao time.