A notícia de que o atacante Neymar está fora da Copa do Mundo, devido a uma fratura na terceira vértebra, comoveu o Brasil. Afinal, às vésperas da semifinal contra a Alemanha, a equipe não terá o seu principal jogador. Porém, não é a primeira vez que a seleção brasileira vive o drama de perder a sua referência em um Mundial. Em 1962, o time perdeu nada menos que Pelé, ainda na primeira fase. Mesmo assim, acabou bicampeão do mundo tendo o substituto Amarildo brilhando, com três gols em quatro partidas. E com essa autoridade, o Possesso, como ficou conhecido o atacante, mandou um recado ao substituto de Neymar. Segundo o ex-jogador, a primeira missão é não sentir o peso de entrar no lugar do camisa 10.
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“Quem entrar não tem que pensar em substituir o Neymar e sim em dar o seu melhor. Se ele está no grupo da seleção brasileira, em uma Copa do Mundo, é porque merece. Espero que ele tenha a mesma sorte que eu tive. Entrei em um jogo contra a Espanha, onde só a vitória interessava ao Brasil, fiz dois gols, classificamos e acabamos campeões. Não pode ter medo, nem tremedeira. E entrar em campo confiante no seu potencial e jogar. Querendo fazer melhor do que o Neymar”, afirmou Amarildo, hoje com 74 anos, em entrevista por telefone ao Superesportes.
No entanto, para o Possesso a situação atual é um pouco diferente da desenhada em 1962. Isso porque, para o ex-jogador, a atual seleção não possui um elenco tão qualificado como aquele que venceu o Mundial no Chile.
“O Neymar é um jogador que pode decidir um jogo a qualquer momento e infelizmente, nessa seleção, não há nenhum jogador com essa mesma característica. Não existe nenhum jogador que se assemelhe a ele. Talvez fosse o Robinho, mas ele não foi convocado. Será preciso colocar mais um meia ofensivo e deixar o Fred isolado como atacante na frente”, destacou Amarildo. “Naquela seleção de 1962, tínhamos duas seleções preparadas. Eu entrei e me senti jogando no Botafogo, já que a seleção tinha Didi, Zagallo, Garrincha e Nilton Santos. Todos do Botafogo”, recordou.
Mesmo assim, o bicampeão segue confiante no hexa. “Claro que continuo acreditando. Tenho certeza que o Felipão vai conseguir uma boa solução. Não é porque perdemos Neymar que perdemos a Copa. Em 1962, a comoção no País foi imensa quando o Pelé ficou de fora. Muitos falaram que seríamos eliminados. Mas é porque eles não sabiam que a seleção tinha um Possesso louco para entrar”, afirmou o substituto do Rei.