A quarta edição do Jogos Parapan-Americanos, em Guadalajara, no México, terminou ontem e o Brasil garantiu o bicampeonato, à frente dos Estados Unidos. A última medalha de ouro veio com o futebol de cinco. Na tribuna de honra, a inspiração. Ganhador de 11 medalhas de ouro nas piscinas mexicanas, Daniel Dias foi torcer pelos colegas das quatro linhas.

Em um jogo sofrido, com direito a pênalti perdido e bolas na trave, a Seleção Brasileira bateu a Argentina com um golaço de Ricardinho a um minuto do fim da prorrogação. Com o triunfo, emocionou a torcida e sagrou-se bicampeã – a Colômbia foi bronze ao vencer o México na decisão do terceiro lugar.

Todos são vencedores e merecem ser exaltados. Mas vale destacar a participação da natação brasileira, que deu show. Na piscina do Centro Aquático Scotiabank só deu Daniel Dias. O nadador deixa os Jogos de Guadalajara como o maior medalhista em uma única edição do evento esportivo. Depois de conquistar oito ouros no Rio, em 2007, na cidade mexicana o paulista colocou 11 medalhas douradas no peito.

Daniel Dias, que nasceu com uma má-formação congênita nos dois braços e na perna direita, superou suas próprias marcas e impôs seis recordes parapan-americanos individuais na natação e um como parte da equipe de revezamentos brasileira. André Brasil, que faturou os 100m livre S10, também merece elogios por ter conquistado seis ouros.

Os dois são os maiores medalhistas destes Jogos. Carlos Farrenberg (100m livre S13), Vanilton Filho (100m livre S9), Joana Silva (200m livre S5) e Talisson Glock (100m peito S6), além da equipe de revezamento 4x100m – formada por Clodoaldo Silva, Adriano de Lima, Ronystony Cordeiro e Daniel Dias – também garantiram o lugar mais alto do pódio.

Ainda no último dia de competição, os judocas Magno Marques, menos de 66kg, e Karla Ferreira, menos de 48kg, também lutaram e garantiram mais duas medalhas de ouro para o Brasil.