Enviado especial a Sochi
Sem clubes de futebol nas principais divisões do Campeonato Russo, o Parque Olímpico de Sochi encontrou nos parques de diversões e nos espetáculos de luzes e água uma forma para manter ativo o enorme complexo, que foi sede dos Jogos Olímpicos de Inverno’2014. O evento foi o mais caro da história do esporte, custando cerca de US$ 50 bilhões. Isso é quase cinco vezes mais que a Copa do Mundo, por sinal a mais cara de todos os tempos.
O Parque Olímpico fica em Adler, cidade vizinha a Sochi, e é onde está o Estádio Fisht, que receberá quatro jogos da primeira fase, além de uma oitava e uma quarta de final. O estádio foi um dos mais privilegiados pelo sorteio do Mundial, já que será palco de Portugal e Espanha, um dos jogos mais aguardados da primeira fase, sexta-feira, às 15h (de Brasília), pelo Grupo B.
Depois dos Jogos Olímpicos de Inverno, o parque tem recebido eventos esportivos esporádicos, como mundiais de esportes no gelo, torneios de tênis, a Copa das Confederações e, anualmente, o Grande Prêmio da Rússia de Fórmula 1, realizado no autódromo de Sochi desde 2014. O contrato com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) vai até 2020.
Com poucos eventos esportivos, o parque se transformou em uma grande área de lazer para a população de Sochi, cidade de pouco mais de meio milhão de habitantes, e Adler. No último domingo, milhares de pessoas se reuniram no centro do parque, ao lado do estádio, para assistir a uma apresentação de música, luzes e água. As fontes são uma das atrações do parque, que também conta com bares e restaurantes. Para percorrê-lo, são disponíveis serviços de bicicleta e tuk-tuk.
PREFERÊNCIA DE PUTIN
Os Jogos Olímpicos de Inverno foram uma grande aposta do presidente Vladimir Putin para mostrar ao mundo a pujança econômica da Rússia. O presidente tem predileção pela cidade, onde costuma passar alguns dias de descanso. Outros políticos da região, como da Ucrânia, também têm casas em Sochi.
O evento teve grande sucesso e os russos lideraram o quadro de medalhas, com 11 ouros, nove pratas e nove bronzes, à frente de Noruega, Canadá e Estados Unidos. Mas, logo depois, o Comitê Olímpico Russo se viu atolado em uma grande rede de doping sistêmico com a ajuda do Estado, segundo a Agência Mundial Antidoping (Wada). Por essa razão, o Comitê foi punido e diversos atletas ficaram fora dos Jogos Olímpicos do Rio’2016.