Aos cinco anos, Torben Grael entrou em um veleiro pela primeira vez, levado pelo avô, e desde então não parou de velejar. Durante duas décadas, entre Los Angeles'1984 e Atenas'2004, foi garantia de medalha para o Brasil, levando o país ao pódio em cinco de suas seis participações olímpicas. Ao lado de Robert Scheidt, também velejador, é o brasileiro com maior número de medalhas em olimpíadas.
Acompanhado do irmão, Lars, também medalhista olímpico, Torben começou a treinar na Baía da Guanabara, quando a família foi morar em Niterói, na década de 1970. O primeiro título mundial do Turbina, como é conhecido, foi em San Diego, na Califórnia, em 1978. Torben ganhou sua primeira medalha olímpica, de prata, aos 34 anos, na classe Soling, em Los Angeles, em '1984. Quatro anos depois, em Seul, foi bronze na Star, considerada a categoria olímpica mais nobre.
Depois de passar em branco em Barcelona, voltou ao pódio em Atlanta'1996 ao conquistar sua primeira medalha de ouro, na Star, ao lado do proeiro Marcelo Ferreira. Depois do bronze em Sydney'2000, conquistou sua segunda medalha de ouro na Star em Atenas'2004. Em 2007, anunciou que não participaria dos Jogos Olímpicos de Pequim para se dedicar às competições oceânicas.
Herdeiros de uma tradição iniciada por seus tios, Axel e Erick Schmidt, Torben e Lars – dono dois bronzes, que teve uma das pernas amputadas depois de acidente, em 1998 –, a família Grael continuará representada no Rio'2016. Filha de Torben, Martine Grael foi campeã mundial em 2014, na classe 49erFX, e é favorita ao ouro em casa.
Torben é atual técnico-chefe da Seleção Brasileira de Vela e, no ano passado, se tornou o primeiro brasileiro no Hall da Fama do esporte.