A romena de apenas 14 anos havia acabado de executar uma apresentação perfeita nas barras assimétricas, quando o placar, para a surpresa de todos, marcou apenas 1.00. O público presente no ginásio de Montreal não entendia a nota até que os árbitros desfizeram o mal-entendido: a pequena Nadia Elena Comaneci, de 1,49m de altura, acabara de obter a primeira nota 10 da história da ginástica, superando até o ceticismo até dos fabricantes de relógios suíços, que produziram um placar digital que ia apenas até 9.99 – ou seja, impossível de registar o 10.00 de Nádia.
Um dos momentos mais emblemáticos da história do esporte ocorreu nos Jogos Olímpicos de Montreal'1976. Nadia, nascida em uma pequena cidade industrial, no leste da Romênia, começou a praticar ginástica aos seis anos e entrou para a categoria sênior em 1976, com apenas 14 anos, a tempo de competir na competição canadense. Treinada pelo técnico Bela Karolyi, saiu de Montreal com três medalhas de ouro (individual, barras e trave), uma prata (equipe) e um bronze (solo).
Nadia se tornou uma heroína nacional, servindo de propaganda para o governo comunista de Nicolau Ceaussescu. Aos 18 anos, voltou a brilhar em Moscou'1980, com mais duas medalhas de ouro (trave e solo) e duas de prata (equipe e individual), mas não conseguiu repetir a perfeitção, já que cresceu 18 centímetros em apenas dois anos.
A aposentadoria veio no ano seguinte, em 1981, e oficializada dois anos depois, quando Nadia tinha apenas 21 anos. Pouco se expôs depois da aposentadoria até 1989, quando fugiu da Romênia pela fronteira com a Hungria, semanas depois da queda de Ceaucescu. De lá partir para Áustria, Canadá e, por fim, Estados Unidos.
Nadia Elena Comaneci vive em Oklahoma, com o marido Bart Conner, ex-ginasta e treinador.