O jejum está quebrado. O Sport voltou a vencer. A convencer. Após seis partidas de seca no Brasileirão, o Rubro-negro largou na frente na disputa das oitavas de final da Sul-Americana pela inédita classificação às quartas da torneio. Na noite desta quarta-feira, na Ilha do Retiro, o Leão teve uma atuação equilibrada. Cansou de desperdiçar oportunidades no segundo tempo, mas ganhou por 3 a 1 da Ponte Preta. O gosto amargo ficou pelo gol que sofreu, feito na primeira finalização do adversário no jogo e já no fim do segundo tempo. As equipes se reencontram daqui a uma semana, em Campinas. Antes, os pernambucanos tentarão retomar também as vitórias na Série A: domingo que vem, no Rio de Janeiro, contra o Flamengo.
Desfalcado de Henríquez, Wesley e Everton Felipe, o Sport foi escalado com mais novidades que se esperava. Além de Durval, Sander e Lenis nos respectivos lugares deles, Raul Prata também ganhou uma chance e ocupou a vaga do contestado Samuel Xavier na lateral direita. Sem mostrar abatimento pela série de jogos sem ganhar no Brasileirão, com direito a três derrotas seguidas, o Leão tomou logo a iniciativa da partida como há tempos não tomava. O prêmio veio. Aos sete minutos, Aranha defendeu cabeçada venenosa de Diego Souza, mas não segurou o chute de Ronaldo Alves no rebote do lance: 1 a 0.
O gol no início serviu como elo de aproximação entre a torcida e a equipe. Pode até ter evitado maiores cobranças a um Sport que começou a diminuir progressivamente a sua volúpia, de modo que praticamente nenhuma chance clara era criada. O Rubro-negro passou a ter dificuldade na armação. Havia pouca aproximação entre os atletas. E, assim como surgiu o primeiro gol, o Leão tentava se valer de bolas alçadas na área diante de uma Ponte Preta quase nula para atacar.
Mais uma vez, a jogada aérea deu certo. Antes em rota de colisão com os torcedores, Rithely completou para o gol um novo cruzamento de Mena, aos 44 minutos da etapa inicial. A Ilha do Retiro se inflamou ainda mais com um Sport, apesar de pouco criativo, disposto, poderoso na finalização e eficiente na retaguarda.
Os leoninos aumentaram bastante a intensidade de jogo no segundo tempo e cresceram vertiginosamente de produção. Diego Souza já começou perdendo um gol na cara do goleiro. André furou na frente de Aranha logo depois. Na sequência, Raul Prata se atrapalhou com a bola, perdeu o ‘timing’ para finalizar, mas ainda viu a zaga salvar o seu gol em cima da linha. Tudo isso com somente onze minutos de partida.
Contra uma Ponte exposta, permissiva e com um ataque que inexistia, o Sport tinha agora facilidade para tocar a bola e adentrar na defesa adversária. No entanto, continuava perdendo gols. Tivessem mais capricho, Patrick, Rithely poderiam ter aumentado a vantagem no placar. Um chute desviado do mesmo Rithely beijou a trave inacreditavelmente. De tanto martelar, porém, o Leão ampliou após passe de Raul Prata, aos 30. Nesse cenário, o inimaginável aconteceu. Na primeira finalização da Macaca, o Leão sofreu gol, feito por Felipe Saraiva, aos 37. Magrão ainda salvou o segundo dos campineiros.
Sport
Magrão; Raul Prata, Ronaldo Alves, Durval e Sander; Patrick, Rithely, Mena, Lenis (Rogério) e Diego Souza; André (Anselmo). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Ponte Preta
Aranha; Nino Paraíba, Marllon, Luan Peres e Danilo Barcelos; Naldo, Fernando Bob, Elton (Renato Cajá) e Felipe Saraiva; Lucca (Jeferson) e Léo Gamalho. Técnico: Gilson Kleina.
Estádio: Ilha do Retiro (Recife-PE). Árbitro: Gustavo Murillo (Colômbia). Assistentes: Humberto Clavijo e Wilmar Navarro (ambos da Colômbia). Cartões amarelos: Diego Souza, Durval, Sander (Sport); Danilo Barcelos, Nino Paraíba, Fernando Bob (Ponte Preta). Gols: Ronaldo Alves (7’ do 1T, Sport), Rithely (44’ do 1T, Sport), André (30’ do 2T, Sport) e Felipe Saraiva (37’ do 2T, Ponte). Público: 6.254. Renda: R$ 114.825,00.