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CLÁSSICO DAS MULTIDÕES

Reservas do Santa Cruz seguram titulares do Sport e clássico fica no empate na Ilha

Técnico Daniel Paulista surpreendeu ao optar por escalar força máxima no clássico; mesmo superior na maior parte do jogo, o Leão não conseguiu êxito

postado em 26/03/2017 17:55 / atualizado em 26/03/2017 19:03

Ricardo Fernandes/DP
Um duelo com o resultado de empate no placar, mas com um perdedor em termos de moral. Jogando com a maioria dos seus titulares, com exceção dos jogadores lesionados e de Diego Souza e Mena, ainda cedido às seleções de Brasil e Chile, o Sport ficou no empate com os reservas do Santa Cruz por 1 a 1, neste domingo, na Ilha do Retiro, e segue sem vencer um clássico na temporada. São agora três empates e uma derrota (para o Náutico). Nesses, atuando apenas uma vez com a equipe alternativa.

Pelo lado tricolor, que pela primeira vez na temporada abdicou de atuar com os titulares, o resultado dá moral e opções ao técnico Vinícius Eutrópio visando os jogos mais decisivos que terá pela frente. O primeiro na quarta-feira, fora de casa, contra o Itabaiana, pelas quartas de final da Copa do Nordeste.

Já o Sport, na quinta-feira, visita o Campinense, também pelas quartas do Regional. Com o seu treinador tendo o trabalho mais contestado do que nunca pela torcida, que gritou “Fora Daniel” ainda durante a partida.

O jogo
O primeiro tempo foi duro de assistir. Não apenas pelo falta de futebol dos dois times, mas também porque os atletas pareciam se importar mais em criar confusão com a arbitragem do que jogar bola. Porém, a árbitra Déborah Cecília, que interrompeu um hiato de mais de 20 anos sem arbitragens femininas em clássicos pernambucanos, não se deixou se intimidar pelas inúmeras tentativas de tricolores e rubro-negros.

Com relação à bola rolando, poucos lances foram dignos de registro por parte dos rivais. E quando eles aconteceram, atenderam por um nome: Rogério. O atacante rubro-negro foi o único em campo a lembrar que o jogo era uma partida de futebol, sendo a válvula de escape da equipe leonina. Foi dele também a única chance real de gol na primeira etapa, ao acertar uma bela bicicleta para defesa do goleiro Jacsson, aos 39 minutos.

No entanto, apesar do ímpeto do camisa 17, o balanço geral do primeiro tempo foi mais negativo para o Sport. Isso porque, mesmo atuando em casa e com o que tinha de melhor à disposição, o técnico Daniel Paulista não conseguiu fazer o time atacar e criar jogadas de forma coletiva. O que, diante de um Santa Cruz reserva e que fazia assim a sua primeira partida oficial na temporada, mostrou-se preocupante.

Já pelo lado coral, nenhuma chance foi criada para incomodar Magrão. Situação até certo ponto aceitável, já que, por falta de opções, o atacante Júlio Sheik fez o papel de homem de criação. Até por conta disso, inexistente. Não faltou, no entanto, empenho da equipe. Era o mínimo que se podia esperar.

Segundo tempo  
Na volta para a etapa final, apesar do espetáculo pobre do primeiro tempo, os dois times voltaram com a mesma formação. E logo no primeiro minuto, Rogério (sempre ele) desperdiçou uma ótima ao chutar por cima, de frente para a meta tricolor. Pior ainda faria cinco minutos depois, quando recebeu um presente de Eduardo Brito, que afastou para dentro da área, mas, na pequena área, chutou por cima. Lance bizarro.

Aos 12 minutos, Vinícius Eutrópio decidiu ousar mais na partida e dar mais criatividade ao meio de campo coral com as entradas do “titular” Thomás e do estreante Pereira, nas vagas de André Luís e Júlio Sheik. Dez minutos depois, Daniel Paulista fez a sua primeira mudança no Sport, com a saída de Fábio e a entrada do atacante Juninho, com Everton Felipe passando para a meia de criação.

Porém, seria um "velho conhecido" da partida que abriria o placar. Em sua jogada características, Rogério, o nome do clássico, recebeu, puxou para o meia e chutou no canto de Jacsson, marcando o sétimo gol dele na temporada. Artilheiro do Leão no ano.

Após o tento, enfim o Tricolor conseguiu chegar de forma trabalhada à meta de Magrão. Isso aos 26, com Facundo escorando dentro da área para Pereira chutar por cima. Enfim, o jogo lembrava as emoções dignas de um clássico entre Sport e Santa Cruz. Eutrópio ainda tentou a última cartada aos 33, com a entrada do atacante Halef Pitbull na vaga do volante Gino.

A ousadia coral foi premiada quatro minutos depois, após linda cobrança de falta de Pereira, sem nenhuma chance de defesa de Magrão. Infração sofrida por Thomás. Ponto para Vinícius Eutrópio. Do outro lado, Daniel Paulista, talvez o maior derrotado do clássico, fica mais pressionado que nunca no Sport.

Ficha do jogo

Sport 1

Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Mansur; Thallyson, Rodrigo e Fábio (Juninho); Everton Felipe, André (Leandro Pereira) e Rogério. Técnico: Daniel Paulista.

Santa Cruz 1

Jacsson; Gabriel Valles, Jaime, Eduardo Brito e Roberto; Wellington Cezar, Gino (Hallef Pitbull), William Barbio e Júlio Sheik (Pereira); Facundo e André Luís (Thomás). Técnico: Vinícius Eutrópio

Local: Ilha do Retiro. Árbitra: Déborah Cecília. Assistentes: Marcelino Castro e Clóvis Amaral. Cartão amarelos: Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Thallyson, Mansur (SP), Willian Barbio, André Luís, Roberto (SC). Gols: Rogério (SPT) (23 min do 2º tempo); Pereira (SCZ) (37 min do 2º tempo). Público: 10.221. Renda: R$ 159.355.