Sport

Assembleia Geral

Sócios votam pela mudança do estatuto rubro-negro em noite tensa

Resultado foi decidido por uma diferença de apenas dois votos. Houve protestos e confusão na Ilha do Retiro

postado em 24/10/2012 00:24 / atualizado em 24/10/2012 00:52

Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

Celso Ishigami/DP/D.A Press


Em Assembleia marcada por um clima de muita tensão entre os integrantes da situação e os da oposição, decidiu-se pela mudança do estatuto do Sport, na noite desta terça-feira. Após discursos inflamados e críticas disparadas para todos os lados, 241 sócios participaram da votação, com uma apertada vitória (121 x 119, além de um voto nulo) dos defensores das alterações em alguns trechos do documento. Entre as novidades, destacam-se a eleição direta para o presidente executivo a partir do próximo pleito e a redução do número de conselheiros de 300 para 150 rubro-negros.

O mal-estar começou antes mesmo da abertura oficial da Assembleia. O presidente Gustavo Dubeux apenas começara a falar quando o ex-presidente Fernando Pessoa dirigiu-se ao pedestal e começou a questionar o protocolo que estava sendo seguido. De acordo com o ex-mandatário, a cerimônia em questão estaria desrespeitando o estatuto do clube. Quando o diretor jurídico Arnaldo Barros começava a justificar o cronograma, o também ex-presidente Homero Lacerda tomou a palavra. Ressaltando a importância do que estava sendo decidido, ele ratificou as queixas de Pessoa, sendo calorosamente aplaudido.

Os questionamentos prosseguiram até o ex-presidente do Conselho Deliberativo, Guilherme Albuquerque, ser escolhido - por indicação da oposição - para presidir a Assembleia. Talvez por coincidência, os ânimos se acalmaram assim que o empresário Luciano Bivar subiu ao palco para compor a mesa. A tranquilidade, porém, seguiu apenas até o fim da leitura das sugestões de mudanças. Assim que os tópicos foram lidos, o conselheiro e ex-deputado Harlan Gadêlha pediu o adiamento do pleito. "Não é correto, no apagar das luzes de um mandato, se votar mudanças no estatuto do clube. Isso não é ético. E nem politicamente correto".

Mais tensão
A colocação foi imediatamente rebatida por Bivar. "Nenhum absurdo está sendo sugerido aqui. É importante que os interesses pessoais sejam colocados de lado. Todos aqui querem apenas o bem do Sport. Por isso, sugiro ao presidente (da Assembleia) que ele dê prosseguimento à votação". Ao fim do discurso, o misto de vaias e aplausos deixou claro que as opiniões estavam bastante divididas. Integrantes da oposição e da situação revezaram o microfone por alguns minutos, expondo suas razões para que as mudanças fossem ou não votadas.

A tensão chegou ao ápice nos discursos de Dubeux e do administrador Elpídio Diniiz, um dos fundadores do movimento Resistência Sport. "Temos que gerir o clube como se fosse nossa casa, nossa empresa. Entregarei o Sport numa situação confortável", testemunhou Dubeux, sendo interrompido por muitas vaias. Na sequência, Elpídio teve o discurso interrompido várias vezes por uma vaia solitária e insistente. Ao descer do palco, ele foi tomar satisfação com o seu crítico e os dois tiveram de ser contidos para não chegar às vias de fato. O restante da votação transcorreu sem maiores problemas.