Sport

Caso Paraíba

Festa, prisão e liberdade

Confusão em sítio de Marcelinho causou prisão do jogador na manhã de quarta-feira. Ele só foi liberado no fim da tarde

postado em 01/12/2011 10:59

A celebração do acesso rubro-negro à Série A terminou para Marcelinho Paraíba de uma forma constrangedora. Acusado de agredir Rosália Zabatos Abreu, 31 anos, que teria se recusado a beijá-lo durante uma festa realizada em seu sítio, em Campina Grande, o jogador foi preso no início da manhã de ontem. Autuado em flagrante pelo delegado Fernando Zoccola, ele chegou a ser encaminhado para a Penitenciária Regional de Campina Grande por volta do meio-dia. De lá, só saiu no fim da tarde, aproximadamente às 18h, por determinação do juiz da 5ª Vara Criminal, Paulo Sandro dos Santos.

Marcelinho foi enquadrado pelo delegado Fernando Zoccola no artigo 213 do Código Penal Brasileiro: “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.” A pena prevista é de reclusão, de 6 a 10 anos. O crime é inafiançável. Ao decidir pela soltura, o juiz alegou que havia fragilidade nos elementos da acusação, revogando a prisão provisória. A informação foi repassada pelos advogados do atleta, Afonso Vilar e Marcos Sales.

O jogador deixou a penitenciária abatido e não quis conversar com a imprensa. Hoje pela manhã ele deve viajar para o Recife. A expectativa é de que conceda uma entrevista coletiva à tarde. As suas únicas palavras ontem, para os repórteres, foram ditas no momento em que estava deixando a delegacia. O atleta alegou que era inocente e só falaria em juízo.

A confusão começou às 4h de ontem. Aproximadamente 30 pessoas participavam de uma festa no sítio do atleta. Entre os convidados, estavam Rosália e o seu “irmão de criação”, o delegado Rodrigo do Rêgo Pinheiro. De acordo com o relato de Rosália, os dois estavam dançando quando Marcelinho tentou beijá-la à força. Diante da recusa, o atleta teria agredido Rosália no rosto.

“Ele pegou minha irmã à força. Queria beijá-la e ela recusou. Eu não estava no local no momento porque havia saído pra comprar alguns refrigerantes, mas quando eu retornei ela me contou o fato e acionei o 190 da Polícia Militar, que encaminhou a equipe para atender a ocorrência”, comentou Rodrigo. A PM chegou ao local e prendeu o atleta e mais três amigos: João Crivaldo da Silva, Wellington Porto da Silva e Leonardo da Silva. Os três foram indiciados por desacato à autoridade e resistência à prisão. Eles foram liberados após pagar a fiança arbitrada em R$ 1.000.

Advogado do atleta, Afonso Vilar contou outra versão. Segundo ele, Marcelinho relatou que estava bebendo com os amigos quando se surpreendeu com a chegada da polícia no local. O meia rubro-negro comentou que só foi saber o motivo de sua detenção quando chegou na delegacia e negou ter assediado qualquer convidada da festa. O depoimento de Marcelinho na delegacia durou mais de duas horas.

O delegado Fernando Zoccola justificou o enquadramento do atleta no artigo 213 baseado no testemunho da vítima e num ferimento que ela tinha na boca. Ele terá agora 30 dias para concluir o inquérito e remetê-lo ao Ministério Público - o prazo pode ser prorrogado. A priori, Marcelinho Paraíba responderá ao processo em liberdade.