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Caso MP

Marcelinho Paraíba é liberado do presídio e dará coletiva nesta quinta-feira

Após ser indiciado por tentativa de estupro, jogador passou quase 3h30 preso

postado em 30/11/2011 10:30 / atualizado em 30/11/2011 21:39

Redação Superesportes /Diario de Pernambuco

Marcio Rangel/DB/D.A.Press

Após o juiz da 5ª Vara Criminal de Campina Grande, Paulo Sandro de Lacerda, conceder um alvará de soltura, Marcelinho Paraíba foi liberado do presídio de Serrotão. O advogado do atleta, Afonso Vilar, encaminhou-se até o local com a presença de um oficial de justiça para executar a decisão da Justiça. O irmão da suposta vítima, o delegado Rodrigo Pinheiro, também foi afastado da sua função pela Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba por má conduta. Já a vítima Rosália Zabatos Abreu, de 31 anos, não quis falar com a imprensa.

Às 15h desta quinta-feira, o jogador dará uma entrevista coletiva no Sport. Depois de ser liberado do presídio, ele foi para casa em Campina Grande. 

Marcelinho Paraíba teria ficado em uma cela com mais seis pessoas. A transferência do jogador rubro-negro à prisão aconteceu por volta das 14h. Se for comprovado o crime, Paraíba pode ser condenado a cumprir uma pena que varia de 4 a 10 anos de reclusão. "Sou inocente e só falo em juízo", resumiu o jogador.

Junto a Paraíba, outros três amigos dele também foram encaminhados à carceragem da cidade, autuados por desacato à autoridade. Eles também prestaram depoimento em função da denúncia de desacato à autoridade. Como se trata de um crime afiançável, os acusados pagaram a quantia estipulada e foram liberados.

Irmãos de criação - O delegado que acompanha o caso, Fabio Zóccola, informou que os nomes dos pais de Rodrigo Pinheiro e da suposta vítima não são compatíveis assim como os sobrenomes dos dois. Sobre o assunto, Pinheiro informou em depoimento que os dois eram irmãos de criação.

Marcio Rangel/DB/D.A.Press
Polêmica - O caso ocorreu, nesta madrugada, por volta das 4h30, em festa promovida na granja do jogador, no bairro Glória 2, em Campina Grande, na Paraíba. Um representante legal do clube já se dirige à cidade para prestar assistência ao profissional. O atleta teria agredido verbal e fisicamente uma mulher, de 31 anos, que teria recusado beijá-lo e denunciou a ação ao irmão dela, o delegado Rodrigo do Rego Pinheiro, titular da delegacia do distrito de São José da Mata, que participava da festa e também passará por investigações. Ele teve a arma apreendida e será submetido a um exame residuográfico para que seja determinado se houve abuso de autoridade, a ponto dele atirar ao alto, para intimidar os presentes na festa do jogador.

A Polícia Militar foi chamada ao local e, impedida, por amigos de Marcelinho, de entrar na festa, chamou reforços e um total de 8 viaturas foram envolvidas na ação marcada por quebra-quebra e tiros para o alto. Ainda não é sabido, no entanto, se o disparo partiu da PM ou da arma do próprio delegado Rodrigo Pinheiro. O caso está sendo investigado pelo delegado Fernando Antonio Zoccola. "Não vi ilegalidade de nenhum tipo na ação e o depoimento das testemunhas não deram margem para contradições", afirmou.

De acordo com o advogado de Marcelinho Paraíba, Afonso Vilar, alegou que o jogador assumiu ainda estar sob efeito de álcool e ter tentado beijar a mulher, mas que nega ter havido qualquer tipo de agressão. A versão é duramente contestada pelo irmão da vítima, o delegado Rodrigo Pinheiro, que, no momento da suposta agressão, havia saído para reabastecer a festa de bebidas alcoolicas.

De acordo com os profissionais da imprensa que acompanham o caso, o homem também se encontra bastante embriagado e teria agredido os jornalistas dos Diarios Associados, Renato Diniz e Charles, da TV Borborema, com empurrões e agressões verbais, inclusive chegando a tirar parte dos equipamentos de trabalho dos repórteres e os ameaçado, alegando que eles seriam perseguidos enquanto estivessem na cidade. A agressão, no entanto, não foi registrada pelos profissionais e o delegado não deverá responder pelo crime.

Segundo testemunhas que estavam na festa, cerca de 50 pessoas estavam presentes no local. O evento seria recorrente na cidade, sempre que o jogador voltava à Campina Grande, e seria marcada por grande quantidade de bebidas e drogas ilícitas. Dois amigos de Marcelinho Paraíba que estavam no local e tentaram impedir a entrada da polícia na granja também acabaram detidos e prestam esclarecimentos. A identidade da dupla, no entanto, ainda não foi revelada.

Estupro - Apesar de se tratar de um suposto beijo forçado, o jogador Marcelinho Paraíba pode ser acusado do crime de estupro. Isso porque, com as alterações do Código Penal Brasileiro, segundo o artigo, o delito é caracterizado por qualquer ação que constranja mulher à conjunção carnal, de qualquer tipo, mediante violência ou grave ameaça. Já os dois amigos do atleta devem responder por desacato a autoridade. Ainda não se sabe se o delegado Rodrigo Pinheiro será indiciado pelo seu comportamento.

Clube - Edmilson Santos, supervisor de futebol leonino, viajou para a cidade para oferecer assistência ao atleta.Foi o próprio Edmilson quem conversou com a esposa de Marcelinho Paraíba sobre o incidente. "As informações ainda são preliminares, nebulosas. O jogador está de férias e o fato se remete à esfera pessoal. Mas, se ele precisar, o clube vai prestar toda assistência", garantiu o diretor jurídico do Sport, Arnaldo Barros.

O diretor explicou o motivo da ida do interlocutor a Campina Grande. "Mandamos um emissário para verificar qual é a real situação. O atleta constituiu advogados por lá. Se ele quiser, podemos indicar profissionais especializados para construir a defesa da melhor forma possível", afirmou Arnaldo, explicando os motivos da escolha da pessoa designada a acompanhar o caso in loco. "É do departamento de futebol, uma pessoa mais próxima ao jogador. Para dar conforto a ele e à família", declarou.