A Série C está mais próxima do Santa Cruz. Após mais um jogo onde faltou força ofensiva, os tricolores não passaram de um empate por 0 a 0 com o Luverdense, no Arruda, em um confronto direto contra o rebaixamento. Com o resultado, a distância para o primeiro time fora do Z4 subiu para seis pontos, restando apenas seis jogos para o término da Série B. Diferença que se torna ainda maior quando se analisa o retrospecto da equipe na competição, que venceu apenas um dos últimos 17 jogos disputados.
No próximo sábado, o Santa Cruz volta a jogar no Arruda contra o Náutico. Em um dos clássicos mais nebulosos dos 100 anos do duelo, completados nesta temporada.
O jogo
Para a partida, o técnico Marcelo Martelotte fez quatro mudanças com relação ao time que empatou com o Brasil-RS, na última rodada. Incluindo nas duas laterais, onde Tiago Costa retornou após cinco rodadas e Walber, enfim, fez a sua estreia pelo Santa Cruz, voltando a participar de uma partida oficial após sete meses. E a falta de ritmo de jogo dos laterais foi apenas um dos problemas demonstrados pelos tricolores no primeiro tempo.
Tendo apenas João Paulo se esforçando como homem de armação no meio de campo, com dois volantes que não saem para o jogo (Wellington Cezar e João Ananias), além de falta de apoio ofensivo pelos lados de campo, a falta de criatividade do Santa Cruz (mais uma vez) foi o principal defeito do time. Dessa forma, Grafite e Ricardo Bueno, novamente sacrificado ao atuar mais afastado da área, foram peças quase figurativas.
Assim, apesar de precisar desesperadamente da vitória, os donos da casa não finalizaram uma vez sequer com perigo à meta do Luverdense. Uma contradição absurda.
Já o Luverdense também mostrou porque está entre os quatro piores da Série B, com muitos erros de passes. Porém, apesar disso, conseguiu ser minimamente mais organizado em campo, tendo no experiente Marcos Aurélio (ex-Sport) a sua força criativa. Assim, foi da equipe matogrossense a única chance mais perigosa do primeiro tempo, com um chute cruzado do meia, assustando Júlio César.
Melhora no segundo tempo
No retorno para o segundo tempo, a única mudança promovida por Marcelo Martelotte foi forçada, com Tiago Costa pedindo substituição, lesionado. Sem outro lateral de origem, o treinador foi obrigado a improvisar o zagueiro Bruno Silva no setor. Com isso, Bruno Paulo passou a atuar mais aberto pelo lado, dando maior profundidade ao ataque coral. Deu certo.
Isso porque o jogador passou a ser uma boa válvula ofensiva dos donos da casa. Assim, o Santa melhorou no jogo, desperdiçando duas boas oportunidades antes dos oito minutos. Ambas com Ricardo Bueno. Na segunda delas, chutando em cima do goleiro Diogo Silva após boa jogada de pivô de Grafite.
No entanto, o Luverdense seguia perigoso. E aproveitando a improvisação na lateral esquerda coral também ameaçou com perigo, com Moacir (outro ex-Sport), perdendo excelente chance aos 13 minutos, após deixar Bruno Paulo sentado no chão com um drible. O chute passou a centímetros da meta de Júlio César.
Logo em seguida, Martelotte fez a sua segunda mudança. Essa por opção tática, sacando Grafite para a entrada de André Luís. Com isso, a aposta passou a ser na velocidade, com Ricardo Bueno voltando a sua função de origem, como referência na área. O prata da casa, de fato, deu mais movimentação aos tricolores. Poucos minutos depois, Anderson Salles cobrou uma falta na trave.
Pelo lado do Luverdense, a melhor chance de gol saiu após jogada ensaiada em cobrança de falta, com Marcos Aurélio rolando para Guly dentro da área, chutar travado por Guilherme Mattis, aos 38 minutos.
A última esperança do Santa explodiu na trave aos 47 minutos do segundo tempo, após bomba de fora da área. O buraco ficou mais fundo.
Ficha do jogo
Santa Cruz 0
Júlio César; Walber, Anderson Salles, Guilherme Mattis e Tiago Costa (Bruno Silva); Wellington Cézar, João Ananias e João Paulo; Bruno Paulo (Hallef Pitbull), Grafite (André Luís) e Ricardo Bueno. Técnico: Marcelo Martelotte.
Luverdense 0
Diogo Silva; Aderlan, Pablo, William e Paulinho; Ricardo, Moacir (Guli), Douglas Baggio (Léo Cereja) e Marcos Aurélio; Alfredo e Rafael Ratão (Cléo Silva). Técnico: Júnior Rocha
Local: Arruda
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Assistentes: Bruno Boschilia e Victor Hugo Santos (ambos do PR).
Cartões amarelos: Wellington Cézar (SC), Aderlan, Moacir (L)
Público: 10.520
Renda: R$ 48.865