Em jogo nervoso, Santa Cruz volta a tropeçar em casa e fica no empate com o Oeste

O duelo contra o Oeste foi sofrido e emocionante. O problema é que o resultado não foi nada positivo para o Santa Cruz. O empate por 2 a 2, na noite desta terça-feira, no Arruda, foi péssimo para o Tricolor e manteve o time na zona de rebaixamento Série B. Algo preocupante, já que faltam apenas oito rodadas para o fim da competição e nenhum sinal mostra que o time evoluirá em algum momento.

A equipe coral só venceu uma partida nas últimas 15 disputadas e soma apenas 30 pontos na tabela da Série B. Ao menos ainda são cinco pontos para sair da zona do rebaixamento - com a diferença que agora restam apenas 24 pontos em disputa. Uma situação cada vez mais crítica e impensável para um time que, no papel, tem um elenco superior aos demais concorrentes diretos da Segundona.

O técnico Marcelo Martelotte prometeu que faria mudanças e cumpriu. Sacou André Luis e colocou Ricardo Bueno, mudança que automaticamente fez o time jogar no 4-4-2. A alteração fez o Santa Cruz ter o meio de campo com mais peças e o ataque com dois atletas que teoricamente sabem o caminho do gol. 

Os titulares do Santa Cruz atenderam aos pedidos do treinador, que desejava uma equipe mais agressiva, e partiu para cima Oeste. O time chegava com facilidade, mas se afobava na hora de finalizar. Por isso, qualquer bola na entrada da área era motivo para tentativas de finalizações que não ofereciam perigo algum para o goleiro Rodolfo. 

As melhores chances corais foram em uma cobrança de falta de Anderson Salles, que foi para fora, aos nove minutos, e um gol de Ricardo Bueno, anulado, aos 25 minutos da primeira etapa. Antes de Bueno empurrar para o fundo das redes, Grafite tocou com a mão na bola. Tanto preciosismo nas finalizações cobrou o seu preço. Aos 29 minutos, após um passe ruim de Derley, em que João Paulo não conseguiu dominar, William Cordeiro disparou e, espertamente, esperou o toque de João Paulo dentro da área. Pênalti marcado e Mazinho cobrou com tranquilidade para abrir o placar para marcar o seu 14º gol na Série B. 

A torcida coral ainda tentou empurrar o time após o gol dos visitantes, mas o abatimento ficou claro. Martelotte foi obrigado a mudar com a saída e Thiago Primão e foi substituído por Bruno Paulo. Tentava um time mais ofensivo, mas o Oeste se aproveitou da situação. Os visitantes ainda tiveram duas chances de ampliar o placar até o intervalo. A primeira foi com Robert, aos 33 minutos, em um chute da entrada da área em que Julio César fez boa defesa. Já nos acréscimos, Raphael Luz recebeu de Mazinho na marca do pênalti e Guilherme Mattis tirou em cima da linha. O bastante para as vaias ecoarem pelo Arruda com o apito final do primeiro tempo.

O jogo recomeçou com o Santa Cruz mais uma vez pressionando o Oeste e os visitantes apenas se defendendo. Algo normal para quem estava vencendo fora dos seus domínios. Os avanços ofensivos pareciam em vão, até que aos seis minutos o lateral-esquerdo William Cordeiro mudou a situação da partida. O atleta fez falta em Bruno Paulo e, como já tinha o cartão amarelo, foi expulso. 

Com um a mais em campo, a maré parecia que ia mudar a favor do Tricolor. Aos nove minutos, Grafite foi derrubado na área. Pênalti para o Santa Cruz e o camisa 23 pediu para bater. Quase perde, mas a bola entrou após tocar em Rodolfo. Um alívio para o atleta que vinha fazendo uma péssima partida. 

O alívio durou pouco. Aos 17 minutos, Nininho deixou Mazinho passar como quis e o artilheiro da Série B com 15 gols mostrou porque não se pode deixá-lo sozinho. O camisa 10 arriscou na quina da área e venceu Julio Cesar. O clima no Arruda mudou totalmente e a torcida desistiu do time após o segundo gol do Oeste. 

No restante da partida o Santa Cruz ficou dependente de Bruno Paulo e tentou algo com as entradas de Pitbull e André Luis. Parecia que o empate era algo improvável, mas aos 34 minutos, uma bola sobrou para João Paulo na entrada da área e o meia chutou de bico e conseguiu vencer Rodolfo. A vida retornou ao Arruda. 

O Santa Cruz foi de vez para o ataque e abusou dos cruzamentos e avanços pelas laterais. André Luis e Bruno Paulo a todo momento tentavam encontrar Pitbull ou Ricardo Bueno na área. Em uma dessas construções ofensivas, Yuri conseguiu completar um cruzamento de André Luis e Yuri finalizou para grande defesa de Rodolfo e Ricardo Bueno marcou no rebote. Explosão no Arruda, mas que durou poucos segundos. O atacante estava impedido na hora do toque que decretaria a virada. 

Sem mais nenhuma chance criada nos acréscimos, bastou esperar o apito final e as vaias da torcida que foram direcionadas ao goleiro Julio Cesar na saída de campo. Agora, o Tricolor se prepara para visitar o Brasil de Pelotas na próxima rodada, no Rio Grande do Sul, e manter suas chances vivas na Série B.

Julio Cesar; Nininho, Anderson Salles, Guilherme Mattis e Yuri; Wellington Cézar, Derley (André Luis, aos 22’ do 2ºT), João Paulo e Thiago Primão (Bruno Paulo, aos 32’ do 1ºT); Ricardo Bueno e Grafite (Halef Pitbull, aos 19’ do 2ºT). Técnico: Marcelo Martelotte.

Rodolfo; Daniel Borges, Joilson, André Vinícius e William Cordeiro; William Matias (Daniel Gigante, aos 24’ do 2ºT), Mazinho e Fabrício; Raphael Luz (Lídio, aos 8’ do 2ºT), Gabriel Vasconcelos e Robert. Técnico: Roberto Cavalo.

Estádio: Arruda, no Recife

Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)

Assistentes: Edson Antônio de Sousa (GO) e Hugo Sávio Xavier Corrêa (GO)

Gols: Mazinho (30’ do 1ºT e aos 17’ do 2ºT) (O); Grafite (10’ do 2ºT) e João Paulo (aos 34’ do 2ºT) (S)

Cartão vermelho: William Cordeiro (O)

Cartões amarelos: Wellington Cézar, Thiago Primão e Bruno Paulo (S); William Cordeiro e Daniel Borges (O) 

Público: 7.636

Renda: R$ 31.210,00