Havia uma expectativa sobre o que Santa Cruz apresentaria de diferente, agora sob o comando de Marcelo Martelotte. Foram duas semanas de treinos, desde que o novo treinador assumiu. Mas o que se viu do Tricolor neste sábado à noite, na Arena das Dunas, em Natal, contra o ABC-RN, foi a continuidade do que o time vinha apresentando com Givanildo Oliveira. Uma equipe nada inspirada, frágil na defesa e com pouco entendimento no ataque. O empate em 0 a 0 diante do lanterna da Série B foi o reflexo disso. É o oitavo jogo sem vitória dos corais, que seguem na zona de rebaixamento.
Apesar do tempo para treinar, o Tricolor não conseguiu mostrar uma evidente evolução. Velhos problemas seguiram atormentando o time, o principal deles, o defensivo. A dupla formada por Anderson Salles e Sandro não passava confiança. Por pouco, os zagueiros não deram a vantagem ao ABC, em falhas individuais. Na frente, mais problemas. O meio campo não criava e assim o ataque pouco produziu. O máximo que Grafite, ainda sofrendo com a falta de entrosamento, conseguiu fazer foi um passe de peito para João Paulo, dentro da área, que o meia finalizou mal.
O fato é que foram poucas chances de gol tanto para o Santa Cruz quanto para o ABC, duas equipes vivendo o incômodo da zona de rebaixamento - pior ainda para o time potiguar, lanterna da Série B. Para o segundo tempo, era preciso mudar. E os dois times voltaram modificados para a etapa final. O Tricolor forçado, justamente no seu setor mais deficiente, a zaga. Anderson Salles deu lugar a Wellington Cézar, improvisado. No ABC, Daniel Cruz voltou na vaga de Erivélton, dando uma paginação para o ataque potiguar.
O Santa Cruz ensaiou uma volta mais organizada ofensivamente no segundo tempo, com um aparente entendimento entre o meio e o ataque, mas logo caiu de rendimento. Deu espaço para o crescimento do ABC no decorrer da etapa. Com mais posse de bola, o time só não levou mais perigo porque, realmente, falta qualidade. As equipes erravam muito, num verdadeiro jogo de 'perde-ganha', promovendo um espetáculo pouco atrativo.
A partir dos 33 minutos, o Santa Cruz passou a jogar com um homem a mais em campo, após a expulsão do zagueiro Léo Fortunato, do ABC. Martelotte, então, acionou o atacante Augusto na vaga de João Ananias, colocando a equipe totalmente no ataque. Sem alternativas, o time potiguar se fechou em seu campo, como todos os jogadores atrás, dificultando a vida dos tricolores, que tocavam a bola, em busca de espaço. Não encontraram e o empate em 0 a 0 persistiu até o fim, sem maiores emoções.
Ficha do jogo
Santa Cruz 0
Julio Cesar; Nininho, Anderson Salles (Wellington Cézar), Sandro e Tiago Costa; João Ananias (Augusto), Derley e Thiago Primão; João Paulo, André Luís (Júlio Sheik) e Grafite. Técnico: Marcelo Martelotte
ABC 0
Edson; Bocão, Léo Fortunato, Márcio Passos e Levy; Anderson Pedra, Felipe Guedes e Gegê; Erivélton (Daniel Cruz), Adriano Pardal (Berguinho) e Fabinho (Tatá). Técnico: Itamar Schülle
Estádio: Arena das Dunas, em Natal. Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS). Assistentes: Lucio Beiersdorf Flor (RS) e Leirson Peng Martins (RS). Cartões Amarelos: Bocão, Felipe Guedes (A) e Augusto (S). Cartão vermelho: Léo Fortunato. Público: 3.395. Renda: R$ 71.580.