O zagueiro Alison foi anunciado na segunda-feira, treinou na terça e nesta quinta-feira foi apresentado. Deixou as férias forçadas pela desclassificação do Ituano da Série D e atendeu o chamado do técnico Givanildo Oliveira, por quem tem um grande apreço. Uma escolha que ele reconhece ter o ônus e o bônus de ir jogar em um clube de massa. Algo que ele abraça ciente da responsabilidade que ele carrega.
A negociação para aceitar a proposta do Santa Cruz não demorou nem um dia, segundo o atleta, e ter o nome de Givanildo Oliveira envolvido teve um peso a mais. “Conversei com o (Wellington) Vero (preparador físico) primeiramente. Estava em casa e com contrato com o Ituano. Ele perguntou se haveria essa possibilidade de eu querer vir para cá e disse obviamente que sim. Não se dá um não para quem a gente gosta, ainda mais no Santa Cruz. É um clube que dá um peso a carreira de qualquer jogador. Comigo não vai ser diferente”, afirmou.
Um fã declarado do treinador, o zagueiro foi só elogios ao seu comandante, com quem já trabalhou no América-MG em 2015. Nordestino, Alison utilizou até uma expressão bem peculiar para definir o técnico coral.“Falar do Givanildo eu sou até suspeito para falar. Todos vocês conhecem até mais do que eu. É referência aqui em Recife, no próprio clube e já conquistou tudo. Todo respaldo para ele tem que ser dado. É um ser humano de personalidade ímpar. Como a gente fala aqui no Nordeste, é 'sujeito homem'. Estou aqui exclusivamente por conta dele. É um cara extremamente profissional e correto.”
Reação na Série B
Mesmo com tantos elogios, Alison sabe que apenas a experiência de Givanildo não tirará o Tricolor do Arruda da atual situação na tabela de classificação. O atleta aposta na experiência do elenco e lembrou que a equipe teve bons momentos na competição. Algo que pode ser o que o time falta lembrar para mudar de fase na competição.
“O grupo é extremamente experiente. Tem jogadores rodados com passagem por grandes clubes, Europa e seleção. Vamos tentar nos ajudar dentro de campo. Fora de campo é um grupo extremamente bacana. Parece que estou aqui há meses. E a gente sabe que as dificuldades existem e procuramos ser otimistas. Só com trabalho juntos sairemos dessa situação. Não podemos pensar em individualidade. A gente sabe da cobrança. O grupo já provou coisas boas na competição. Já esteve entre os quatro primeiros. Infelizmente, por situações adversas que aconteceram, estamos nessa situação. A gente precisa se encontrar. Espero que já seja neste jogo de sábado aqui no Arruda com a torcida nos apoiando”, apontou.
Alison parece acreditar tanto em uma mudança da situação coral que sua confiança vai além de apenas uma fuga do rebaixamento. Sua aposta é que se o time conseguir engrenar a briga pode mudar de situação. Só não adianta pensar no topo da tabela antes de sair da zona de rebaixamento, como enfatizou o defensor.
“A gente tem que ser otimista. A gente sabe que a realidade é o fim da tabela. Mas sabemos que a Série B é tão dinâmica, que o Santa Cruz, que perdeu cinco seguidas, se ganhar duas, três seguidas podemos nos aproximar do pelotão lá de cima. A realidade é sair da zona. Vencer, sair e ir galgando coisas melhores”, disse.
Planejamento
Com 33 anos, Alison poderia começar a planejar o fim da carreira ou pensar em ficar mais perto de casa, já que é do Rio Grande do Norte. Porém, neste momento, ele só garante ficar no clube até novembro. Com contrato com o Ituano até o fim do próximo Campeonato Paulista, o defensor afirmou que irá cumprir o acordo.
“Eu tenho contrato com o Ituano até o (campeonato) Paulista do ano que vem. Tive outras propostas da Série B, mas rejeitei. Por se tratar do Givanildo eu aceitei de imediato. Tenho que voltar para o Paulista porque eles não tem a intenção de me liberar. Como foram muito corretos comigo, irei me reapresentar lá.”
Regularização
Para estrear pelo Santa Cruz, basta que sua regularização esteja pronta até esta sexta-feira. Caso isso ocorra, o atleta deve ser relacionado e mostrou confiança em poder entrar em campo se for necessário. Sem Bruno Silva, que não treinou nesta semana, o técnico conta apenas com Walter Guimarães disponível. “Há uns cinco, seis anos eu deixei com essa mania de passar os 30 dias de férias em casa. Quando você chega em uma certa idade na vida a gente sabe que algumas coisas pesam mais. Nas férias eu passo no máximo 15 dias sem trabalhar e depois arrumo logo um personal (trainer). Fisicamente eu chego sem um pouco de ritmo, mas a vontade de vencer tem que superar isso”, pontuou.