O futebol apresentado pelos tricolores ontem lembrou que a desorganização interna ecoa em campo. É verdade que o elenco é raso e limitado tecnicamente, mas a sensação é que poderia ser feito algo de melhor se o time estivesse em dia com seus funcionários. Não que exista algum sinal de jogador fazendo corpo mole, mas é evidente que a situação tem atrapalhado o time desde os treinamentos até os jogos. O nível de concentração está claramente comprometido.
Em uma partida que começou sem criatividade alguma, o Santa Cruz permitiu que o Paysandu gostasse do jogo muito cedo. Mesmo sem criar um perigo real ao gol de Julio Cesar, os visitantes mostram-se mais à vontade em campo, mais próximos de abrir o placar do que o Tricolor.
Entre os minutos 22 e 25 o Papão da Curuzu confirmou isso com três boas oportunidades de furar o bloqueio coral. As duas primeiras esbarraram na defesa do Santa Cruz. A terceira foi uma cobrança de falta, que apesar de ser bastante longe, passou perto da trave de Julio Cesar. A reação veio da arquibancada e não do campo. Os poucos tricolores que foram até São Lourenço incentivar o time começaram a mostrar impaciência com a falta de criação ofensiva da sua equipe.
A criação continuou sendo fraca e baseada em lançamentos para os pontas. Mas a “sorte” apareceu para o Santa Cruz aos 35 minutos. André Luis cruzou buscando Ricardo Bueno. O cabeceio do atacante coral parecia não ter o destino ideal. Porém, a bola desviou na mão de Peri e o árbitro assinalou pênalti. Apesar da pressão sobre um dos assistentes, Pablo dos Santos Alves confirmou a penalidade. Ricardo Bueno cobrou no canto direito, fora do alcance de Emerson.
Segundo tempo
A ida para os vestiários havia sido silenciosa. Nada de vaias ou aplausos. Um sinal de desconfiança da torcida coral. O início do segundo tempo comprovou que ela estava certa. Aos dois minutos do segundo tempo, Alex Travassos dominou a bola com o braço na entrada da área cobrada com perfeição por Airton. Era o empate do Paysandu.O drama coral ficou ainda maior quando o goleiro Julio Cesar abandonou a área para parar um contra-ataque adversário. Ele derrubou o atacante Magno fora da área. Foi expulso. Givanildo Oliveira foi forçado e tirar Bruno Paulo para colocar Jacsson e ainda sacou Alex Travassos para a entrada de Nininho. A situação deixou os donos da casa atuando como visitantes. Acuado e dependendo apenas dos contra-ataques.
O castigo para tanta inoperância veio no fim da partida, quando ao 41 minutos, Bergson virou a partida e complicou de vez a vida do Santa Cruz na Série B. Agora, Givanildo Oliveira terá que juntar os cacos e tentar recuperar os pontos perdidos contra o Juventude, em Caxias do Sul.
Ficha do Jogo
Santa CruzJulio Cesar; Alex Travassos (Nininho, aos 11’ do 2ºT), Anderson Salles, Bruno Silva e Thiago Costa; Derley, João Ananias e Thiago Primão; André Luis (Augusto, aos 28’ do 2ºT), Bruno Paulo (Jacsson, aos 8’ do 2ºT) e Ricardo Bueno. Técnico: Givanildo Oliveira.
Paysandu
Emerson; Ayrton, Perema, Gualberto e Perí; Nando Carandina (Wellinton Junior, aos 33’ do 2ºT), Renato Augusto e Rodrigo; Magno (Fábio, aos 31’ do 2ºT), Bergson e Anselmo. Técnico: Marquinhos Santos.
Estádio: Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata
Árbitro: Pablo dos Santos Alves (PB)
Assistentes: Oberto da Silva Santos (PB) e Kildenn Tadeu Morais de Lucena (PB)
Gols: Ricardo Bueno (aos 37’ do 1ºT) (S); Airton (aos 2’ do 2ºT) e Bergson (aos 41’ do 2ºT) (P)
Cartões amarelos: Alex Travassos, Bruno Silva, Derley e Nininho(S); Peri, Nando Carandina, Magno, Bergson, Fabio e Wellinton Junior(P)
Expulsão: Julio Cesar (S)
Público: 3.063
Renda: R$30.030,00