O futebol é um esporte em que não adianta ser eficiente apenas em um lado do campo. Essa lição o Santa Cruz já deveria ter aprendido desde o período que Vinícius Eutrópio era o técnico. Adriano Teixeira, atual técnico tricolor, ainda mais, já que era o seu assistente. Nesta terça-feira, diante do América-MG, o Tricolor foi quase perfeito no seu sistema defensivo, mas pecou em apenas um lance. O suficiente para os mandantes vencerem por 1 a 0 e tirar o Tricolor do Arruda do G4 da Série B.
O domínio do Santa Cruz existiu por um bom período da partida, mas apenas de forma ilusória. A posse de bola e maior volume de jogo não resultaram em agressões ao gol do América-MG. Talvez com um pouco mais de aplicação, o Tricolor do Arruda tivesse saído de campo com ao menos um ponto.
Os primeiros 20 minutos de partida foram de estudo de ambos os lados. A impressão que o América-MG iria pressionar desde o início foi apenas uma ilusão e os donos da casa só começaram a assustar Júlio César, ou ao menos tentar, quando Bill finalizou pela primeira vez na partida aos 21 minutos. A partir deste lance o Coelho foi mais ativo ofensivamente, mas nada que realmente fizesse o técnico Adriano Teixeira se preocupar.
A tranquilidade coral existia graças ao bom desempenho defensivo no primeiro tempo. Sempre que o Coelho estava pronto para finalizar com perigo, os defensores da Cobra Coral cortavam com eficiência. Por duas ou três vezes Bill, Luan ou Hugo Cabral estiveram perto de chutar ao gol, mas foram impedidos por cortes de Bruno Silva ou Jaime.
O problema era que ofensivamente o Santa Cruz não rendia. Léo Lima não conseguiu construir jogadas com o trio de atacantes e a bola só chegava nos atacantes das pontas. Situação que deixava Halef Pitbull isolado. Para piorar as situações dos ataques, os auxiliares Edson Glicério dos Santos e Katiuscia Berger Mendonça erraram em lances no final do primeiro tempo. Tanto o Santa Cruz como o América poderiam ter aberto o placar se a jogada tivesse seguimento, mas foram impossibilitados pelas falhas dos bandeirinhas.
Segundo tempo
Assim como fez contra o Ceará, o Santa Cruz voltou com outra postura após o intervalo. Adiantou a marcação e ameaçou mais o América-MG. O problema é que o time rondava a área e teimava em errar o último passe antes de tentar a finalização. Apesar de dominar o meio de campo, as jogadas por essa faixa eram escassas. Para se ter ideia da falta de objetividade da equipe, o primeiro chute em direção ao gol veio apenas aos 26 minutos, quando Bruno Paulo chutou para longe do gol de João Ricardo.
O castigo pela falta que desejo pelo gol veio aos 33 minutos do segundo tempo. No primeiro lance que Kelvy, que havia acabado de entrar na equipe, foi dar o combate, Matheusinho driblou o meia improvisado na lateral-direita, deixou Jaime pelo caminho e finalizou de fora da área e acertou o canto direito de Júlio César.
O gol sofrido poderia criar uma novo ímpeto no Santa Cruz. Com a desvantagem no placar o visitante poderia ter se jogado de vez ao ataque, mas isso não foi visto em campo. O América-MG é que começou a se aproveitar e tentava aumentar a vantagem nos contra-ataques.
Ficha do jogo
América-MG
João Ricardo; Christian, Rafael Lima, Messias e Pará (William, aos 38’ do 2ºT); Ernandes, Zé Ricardo e Renan Oliveira (Matheusinho, aos 26’ do 2ºT); Hugo Cabral, Luan (Mike, aos 9’ do 2ºT) e Bill. Técnico: Enderson Moreira.
Santa Cruz
Júlio César; Nininho (Kelvy, aos 32’ do 2ºT), Jaime, Bruno Silva e Roberto; Elicarlos, Thiago Primão e Léo Lima; André Luis (João Paulo, aos 30’ do 2ºT), Bruno Paulo e Halef Pitbull (Augusto, aos 9’ do 2ºT). Técnico: Adriano Teixeira.
Data: 20/6/2017
Estádio: Independência, em Belo Horizonte.
Árbitro: Dyorgines José Padovani de Andrade (ES)
Assistentes: Edson Glicério dos Santos (ES) e Katiuscia Berger Mendonça (ES)
Gols: Matheusinho (aos 33’ do 2ºT)
Cartões amarelos: Bill (A)
Público: 2.495
Renda: R$ 9.497,00