Ficou claro na noite desta quarta-feira que o Santa Cruz precisa melhorar muito e que não está no caminho da evolução, como tinha indicado o técnico Vinícius Eutrópio. Na primeira partida oficial do Tricolor no Arruda em 2017, o humilde Belo Jardim foi capaz de dificultar a vida do Tricolor. Diferentemente dos dois empates nas partidas anteriores da temporada, o gol no fim não veio. O placar de 0 a 0 na segunda rodada do Campeonato Pernambucano deixou a torcida desconfiada e ainda sem comemorar uma vitória nas competições do primeiro semestre deste ano.
Muito por causa dos ingressos até a R$ 40 e à transmissão pela televisão aberta, pouca gente marcou presença no Arruda. E, de início, o Santa Cruz não agradou aqueles que foram ao estádio. Sofreu para escapar da marcação do Belo Jardim, que começava quase na área coral, e não construiu quase nada. Os lances mais perigosos dos mandantes no primeiro tempo foram um chute sem força e outro sem direção de William Barbio, além de uma duas cabeçadas para fora de Anderson Salles.
O Tricolor viu também adversário atacar e manter a posse de bola por boa parte do primeiro tempo, arriscando chutes em direção à meta de Júlio César. Defensivamente, o Santa só suportava o Belo Jardim por causa das limitações da própria equipe agrestina. Ofensivamente, Léo Costa e o trio de ataque pouco produziam. Como centroavante, mas caindo muito pelas beiradas, Barbio era o quem mais incomodava o Calango. Ao contrário do que imaginava Eutrópio, os corais estiveram longe de tomar a iniciativa do jogo.
O Santa retornou do intervalo com os mesmos erros. Voltou a dar espaços, e o Belo Jardim chegou a fazer um gol, mas Raniel estava em posição de impedimento. Thomás, que substituiu Thiago Primão desde o início do segundo tempo, se tornou a principal peça de ataque do Santa. Insuficiente para que a equipe pudesse abrir o placar. Não demorou para o time interiorano se retrair. Encolheu-se no seu campo de defesa e começou a gastar tempo, seja tocando a bola quando podia ou mesmo fazendo “cera”.
Aos 26 minutos da etapa final, Everton Santos, já cumprindo uma função de centroavante depois da saída de William Barbio, teve a melhor chance do Santa Cruz na partida. O goleiro Andrei defendeu o chute dele em dois tempos. A torcida começou a perder a paciência e a se manifestar. Gritava “olé” nas trocas de passes do adversário. O nervosismo pareceu tomar conta dos comandados do Eutrópio, que entraram num estado quase de letargia. Nada mais deu certo até o apito final.
Santa Cruz
Júlio César; Vitor, Anderson Salles, Bruno Silva e Roberto; Elicarlos, David (Marcílio) e Léo Costa; Thiago Primão (Thomás), Everton Santos e William Barbio (Williams Barbio). Técnico: Vinícius Eutrópio.
Belo Jardim
Andrei; Denilson (Édson Venturosa), Vandinho, Fabrício e Xisto (João Marcos); Júnior, Belisco, Clébson Boca (Jarbas) e Bruno Sacoman; Rogério e Raniel. Técnico: Luciano Veloso Filho.
Estádio: Arruda (Recife-PE). Árbitro: Luiz Cláudio Sobral (PE). Assistentes: Albino de Andrade Albert Júnior (PE) e Marlon Rafael Gomes de Oliveira (PE). Cartões amarelos: Bruno Silva, Marcílio e Roberto (Santa Cruz); Clébson Boca (Belo Jardim). Público: 2.154.