No começo desta noite, o vice-presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, se reuniu com o empresário do treinador (o seu xará, Constantino Júnior) e definiu todas as bases salariais. O treinador aceitou a oferta, mas ainda não fechou acordo por causa de pequenas pendências. Havia o impasse se o clube pagaria o aluguel do seu apartamento no Recife e as passagens de avião para a família dele. Uma ligação do técnico para o dirigente por volta das 19h sacramentou a negociação. Boas referências do comandante foram dadas ao presidente Alírio Moraes pelo ex-técnico tricolor Milton Mendes em visita à capital pernambucana.
Enquanto aguardava o “sim” de Eutrópio durante o dia, o Santa Cruz mantinha conversas com Cláudio Tencati, do Londrina, e Rogério Zimmermann, do Brasil de Pelotas. Segundo apuração da reportagem do Superesportes, porém, o “plano A” da diretoria tricolor não era nenhum dos três, mas sim Alberto Valentim. Auxiliar dos seis últimos técnicos do Palmeiras, havia sido cogitado no Arruda quando Milton Mendes saiu para dar lugar a Doriva durante o Brasileirão e voltou a ficar em pauta ao término do campeonato. Mas ele teve um acordo oficializado com o Red Bull Brasil na última terça-feira e frustrou os planos corais.
Antes de Valentim, o alvo do Santa Cruz foi Dado Cavalcanti. Anteriormente ao acerto com Náutico, em 2 de dezembro, ele chegou a fechar com o Tricolor, mas queria que uma dívida antiga que mantém com o clube, de R$ 600 mil, fosse embutida nos seus salários. Proposta prontamente rejeitada pela diretoria.
Desde a negativa de Dado, Eutrópio passou a ser um dos comandantes preferidos do Santa. Pelo histórico em equipes grande e médio porte e porque se encaixava no orçamento reduzido para um 2017 na Segunda Divisão. O próprio treinador já havia se mostrado disposto a treinar o Tricolor. Também durante a última Série A, na transição de Milton Mendes para Doriva. Na ocasião, foi oferecido ao clube por via do seu empresário.
Histórico da carreira de Vinícius Eutrópio
Vinícius Eutrópio foi jogador profissional por 16 anos. Ex-volante, encerrou a carreira no Náutico como capitão, aos 33, e passou a ser auxiliar do então treinador alvirrubro, Arthur Neto. Tornou-se coordenador técnico no Atlético-PR e no Fluminense, equipes que depois viria a comandar (interinamente no Furacão). Acumulou passagens ainda por mais nove times na carreira: Ituano, Grêmio Barueri, o português Estoril, Duque de Caxias-RJ, América-MG, ASA-AL, Figueirense, Al Ittihad (dos Emirados Árabes) e Chapecoense. Em 2010, foi ainda assistente de Carlos Alberto Parreira na Copa do Mundo de 2010, pela Seleção da África do Sul.As conquistas de Eutrópio se concentram no futebol catarinense. Antes de ser técnico, foi campeão estadual duas vezes:1989, pelo Criciúma; 1996, pelo Figueirense. Nesse ano, ainda foi campeão da Copa Santa Catarina pelo Alvinegro. No comando do Figueira, em 2014, voltou a ser campeão estadual; no ano anterior, conseguiu pelo clube o acesso à Primeira Divisão do Brasileiro. Não repetiu o sucesso de outrora nesta Série A. Acabou sendo demitido em 11 de julho, deixando o clube na 17ª colocação, com 15 pontos ganhos.