Sem inspiração ofensiva, Santa Cruz fica no empate contra o Central em pleno Arruda

Tinha tudo para ser um jogo tranquilo. Em casa, contra um adversário que sequer havia pontuado em cinco jogos e que fora derrotado pelo próprio Santa Cruz na rodada anterior. A escalação era praticamente a mesma da rodada anterior (a única mudança foi a entrada de Grafite), fato valorizado pelo técnico Marcelo Martelotte. Apesar disso tudo, o time coral sofreu para criar chances. Não conseguiu envolver o rival, tampouco foi seguro defensivamente: foi ameaçado e poderia até ter saído com um resultado pior. O empate em 0 a 0 acabou traduzindo, mais do que a falta de volume ofensivo, a ineficiência das equipes em transformar em gol as poucas chances significativas.

Os primeiros minutos do jogo foram de um Santa Cruz ofensivo, buscando o gol de Juninho. Ainda que faltasse volume de jogo, o time coral era dono das melhores chances. Que vieram pelos lados, com cruzamentos de Allan Vieira. Num deles, achou Grafite, que, marcado, bateu para fora. Allan também teve sua chance. Foi aos 10 minutos, em cobrança de falta sofrida por Lelê, quase na linha do pênalti. O lateral cobrou na barreira e, no rebote, tentou novamente, para defesa de Juninho.

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Dominado no início da partida, o Central saiu para o jogo na segunda metade do primeiro tempo, após a entrada de Candinho na vaga do volante Moisés. Antes se resumindo a chutes de fora da área, o alvinegro passou a ser mais incisivo. Esbarrava, porém, nas próprias limitações técnicas. Aproveitando-se da frágil defesa tricolor, a Patativa teve a melhor chance aos 28, com Lourival, após cobrança de escanteio. O atacante bateu em cima da zaga. Antes disso, aos 20, Candinho já havia chegado com perigo, após falha de Leonardo, e batido em cima de Allan Vieira.

Paralelamente ao recrudescimento do ataque do Central, a força ofensiva do Santa atenuou-se. Dependendo de um João Paulo em má jornada e errando passes, o Tricolor teve dificuldade em armar chances claras. O time só voltaria a criar aos 40, com Grafite, que, mesmo quase sem ângulo, girou para cima da zaga e chutou. Juninho colocou para escanteio. O Central ainda criaria mais uma chance antes do apito final do primeiro tempo. Aos 44, Candinho bateu falta de longe e com força, para boa defesa de Tiago Cardoso.

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Segundo tempo
Motivado pelas vaias da torcida ao final da primeira etapa, o técnico Marcelo Martelotte mexeu na equipe. Buscando mais domínio do jogo no meio de campo, sacou o pouco operante Marcílio para acionar Leandrinho. Apesar da mudança, o Santa só viria criar aos nove  minutos. Grafite recebeu de costas e, com um toque, deixou Lelê na cara do gol. O atacante dominou mal e perdeu o domínio. No contra-ataque, Araújo lançou para Giso, que bateu por cima da meta.

Nos dois minutos seguintes, Araújo ainda haveria de servir Candinho duas vezes. Em ambas, chutes para fora, sem muito perigo. A primeira chance flagrante da Patativa foi aos 11, quando Giso recebeu passe, e, sem marcação, bateu com perigo. O Tricolor entrou no jogo aos 16, quando Grafite recebeu de Leandrinho e, de frente para o gol, soltou uma bomba, em cima de Juninho. Quatro minutos depois, após cruzamento milimétrico de Lelê, o camisa 23 cabeceou sem marcação. A bola beijou a trave direita.

Como se as equipes houvessem desistido de buscar o gol, a segunda metade da etapa final teve pouco movimento. Morna, a partida parecia caminhar para um empate insosso. Nem mesmo as mudanças no ataque coral (Wallyson e Raniel renderam os apagados Keno e Lelê) deram gás à equipe. Wallyson ainda cobraria, aos 23, uma falta para bela defesa de Juninho. As investidas do Santa, contudo, parariam por aí.

Aos 45, o Central quase surpreendeu. Araújo deu um chapéu em Alemão e serviu Lourival. Livre e de frente para Tiago Cardoso, ele perdeu um gol feito. Logo depois, as vaias do primeiro tempo se repetiram. Traduzida por um jogo morno e sequer um gol, a frustração tomou o estádio do Arruda.

Santa Cruz
Tiago Cardoso; Everton Sena, Leonardo, Alemão e Allan Vieira; Wellington Cézar, Marcílio (Leandrinho), João Paulo, Keno (Wallyson) e Lelê (Raniel); Grafite. Técnico: Marcelo Martelotte.

Central
Juninho; Gustavo Henrique, Márcio Paraíba, Vinicius Santos e Éverton (Sadrack); Charles Wagner, Moisés (Candinho), Daniel Paraíba e Giso (Índio); Araújo e Lourival. Técnico: Flávio Barros.

 

Ficha do Jogo

 

Local: Arruda (Recife-PE). Horário: 17h. Árbitro: Diego Fernando Silva de Lima (PE). Assistentes: Albino de Andrade Albert Júnior (PE) e Bruno César Chaves Vieira (PE). Cartões amarelos: Giso, Vinicius Santos, Gustavo Henrique, Charles Wagner, Daniel Paraíba (Central), Lelê, João Paulo (Santa Cruz). Público: 9.116 pessoas. Renda: R$ 88.230