Arbitragem
Confira entrevista com Cláudio Mercante, responsável por apitar Náutico x Santa
Clássico na Arena Pernambuco marca o fim da maior "geladeira" imposta a um árbitro local
postado em 21/03/2014 08:24 / atualizado em 21/03/2014 15:24
Após quase três anos e 31 clássicos realizados em Pernambuco, o árbitro Cláudio Mercante voltará a trabalhar em um duelo envolvendo dois grandes clubes do Estado. No próximo domingo será ele o responsável por apitar o confronto entre Náutico e Santa Cruz, na Arena Pernambuco. A partida marca o fim da maior “geladeira” imposta ao um árbitro local. Fruto da polêmica atuação na primeira partida da final do Estadual de 2011, entre Sport e Santa Cruz, na Ilha do Retiro. Os rubro-negros reclamam até hoje da não expulsão do zagueiro coral Thiago Mathias ainda no primeiro minuto. Em entrevista ao Superesportes, Mercante reconheceu os erros naquela decisão. No entanto, justificou a falha por uma suposta pressão que a direção da Federação Pernambucana de Futebol, na época presidida pelo falecido Carlos Alberto Oliveira, exercia sobre os árbitros. Inclusive com a recomendação de não expulsar jogadores no início das partidas.
Como está encarando esse clássico de domingo?
Não vinha apitando clássicos em Pernambuco, mas vinha trabalhando em muitos jogos importantes pelo Campeonato Brasileiro, sempre sendo bem avaliado pela CBF. Esse ano já apitei 11 partidas do Pernambucano. Coisas do destino, o primeiro clássico que apitei foi em 2000 e justamente entre Náutico e Santa Cruz, nos Aflitos. Para mim será um recomeço. Confesso que fiquei surpreso quando soube da notícia.
Você foi afastado após a atuação na final de 2011. Hoje, como avalia a sua atuação naquela decisão?
Errei e reconheço isso. Mas na época trabalhávamos com muita pressão. Havia uma recomendação da antiga diretoria (da FPF) de que não poderíamos expulsar ninguém no começo do jogo. E infelizmente aconteceu aquele lance (Thiago Mathias derrubando o atacante Bruno Mineiro, em condições de marcar o gol nos primeiros segundos da final). Deveria ter aplicado a regra e expulsado o jogador do Santa Cruz. Se fosse o contrário, se fosse com um zagueiro do Sport, também não expulsaria. Mas já entrávamos em campo pressionados. Essa partida me marcou porque não pude aplicar a regra do jogo. Mesmo assim levei o restante da partida bem emocionalmente. Do contrário poderia fazer mais besteira.
Houve um segundo lance envolvendo Thiago Mathias, no qual os rubro-negros também pedem a expulsão do zagueiro.
Nesse lance, a minha preocupação era saber se a falta foi dentro ou fora da área. E ficou provado que foi fora. Thiago Mathias e Leandro Souza estavam na jogada. Não vi quem fez a falta. Por isso, não poderia ter dado o cartão.
Você se sente pressionado?
Estou me sentindo bem na parte técnica e psicológica. Agradeço a confiança da atual comissão de arbitragem. Hoje não há pressão sobre os árbitros. Trabalhamos com autonomia e liberdade para aplicar a regra do primeiro ao último minuto. Doa a quem doer. Em 18 anos como árbitro você passa por bons e maus momentos, como um jogador de futebol. Mas hoje estou em uma boa fase a nível nacional e local.
Uma boa arbitragem nesse clássico pode lhe credenciar para as finais?
Meu pensamento é primeiro nesse jogo. Quero deixar o campo despercebido e receber os elogios apenas da comissão de arbitragem.
Como está encarando esse clássico de domingo?
Não vinha apitando clássicos em Pernambuco, mas vinha trabalhando em muitos jogos importantes pelo Campeonato Brasileiro, sempre sendo bem avaliado pela CBF. Esse ano já apitei 11 partidas do Pernambucano. Coisas do destino, o primeiro clássico que apitei foi em 2000 e justamente entre Náutico e Santa Cruz, nos Aflitos. Para mim será um recomeço. Confesso que fiquei surpreso quando soube da notícia.
Você foi afastado após a atuação na final de 2011. Hoje, como avalia a sua atuação naquela decisão?
Errei e reconheço isso. Mas na época trabalhávamos com muita pressão. Havia uma recomendação da antiga diretoria (da FPF) de que não poderíamos expulsar ninguém no começo do jogo. E infelizmente aconteceu aquele lance (Thiago Mathias derrubando o atacante Bruno Mineiro, em condições de marcar o gol nos primeiros segundos da final). Deveria ter aplicado a regra e expulsado o jogador do Santa Cruz. Se fosse o contrário, se fosse com um zagueiro do Sport, também não expulsaria. Mas já entrávamos em campo pressionados. Essa partida me marcou porque não pude aplicar a regra do jogo. Mesmo assim levei o restante da partida bem emocionalmente. Do contrário poderia fazer mais besteira.
Houve um segundo lance envolvendo Thiago Mathias, no qual os rubro-negros também pedem a expulsão do zagueiro.
Nesse lance, a minha preocupação era saber se a falta foi dentro ou fora da área. E ficou provado que foi fora. Thiago Mathias e Leandro Souza estavam na jogada. Não vi quem fez a falta. Por isso, não poderia ter dado o cartão.
Você se sente pressionado?
Estou me sentindo bem na parte técnica e psicológica. Agradeço a confiança da atual comissão de arbitragem. Hoje não há pressão sobre os árbitros. Trabalhamos com autonomia e liberdade para aplicar a regra do primeiro ao último minuto. Doa a quem doer. Em 18 anos como árbitro você passa por bons e maus momentos, como um jogador de futebol. Mas hoje estou em uma boa fase a nível nacional e local.
Uma boa arbitragem nesse clássico pode lhe credenciar para as finais?
Meu pensamento é primeiro nesse jogo. Quero deixar o campo despercebido e receber os elogios apenas da comissão de arbitragem.