Arbitragem
Mercante volta a apitar clássicos e reconhece erros na final do PE2011
Árbitro diz que havia pressão da antiga diretoria da FPF para não expulsar jogador no início das partidas e vê jogo de domingo como um recomeço
postado em 20/03/2014 19:31 / atualizado em 20/03/2014 21:09
Em entrevista ao Superesportes, Cláudio Mercante reconheceu que errou ao não expulsar o zagueiro tricolor. No entanto, segundo Mercante, a falha foi motivada pela pressão que, segundo ele, a direção da Federação Pernambucana, na época presidida pelo falecido Carlos Alberto Oliveira, exercia sobre os árbitros locais. Inclusive com a recomendação de não expulsar jogadores no início das partidas.
"Errei e reconheço isso. Mas na época trabalhavamos com muita pressão e não poderíamos expulsar ninguém no começo do jogo. E infelizmente aconteceu aquele lance (Thiago Mathias derrubando o atacante Bruno Mineiro, em condições de marcar o gol nos primeiro segundos da final). Deveria ter aplicado a regra e expulsado o jogador do Santa Cruz. Mas existia essa determinação da diretoria de não expulsar nenhum jogador no início das partidas. Se fosse o contrário, se fosse com um zagueiro do Sport, também não expulsaria. Essa partida me marcou porque não pude aplicar a regra do jogo. Mesmo assim levei o restante da partida bem emocionalmente. Do contrário poderia fazer mais besteira durante o jogo", revelou Mercante.
"No segundo lance (também envolvendo Thiago Mathias) minha preocupação era saber se a falta foi dentro ou fora da área. Thiago Mathias e Leandro Souza estavam na jogada. Não vi quem fez a falta. Por isso, não poderia ter dado o cartão", completou.
Passados quase três anos, o árbitro encara a chance de voltar a apitar um clássico em Pernambuco um recomeço. E garante que não há mais pressão externa sobre os árbitros do quadro local. "Não vinha apitando clássicos em Pernambuco, mas trabalhei em muitos jogos importantes pelo Campeonato Brasileiro, sempre sendo bem avaliado. Estou me sentindo bem na parte técnica e psicológica. Agradeço a confiança da atual comissão de arbitragem. Hoje não há pressão sobre os árbitros. Trabalhamos com autonomia e liberdade para aplicar a regra do primeiro ao último minuto", garantiu.