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Drama, suor e euforia: Santa Cruz está de volta à Série B do Brasileiro
Os tricolores sofreram mais do que desejavam. Mas, ao fim dos 90 minutos, comemoraram o retorno à segunda divisão nacional
postado em 03/11/2013 19:05 / atualizado em 03/11/2013 22:32

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Passado o nervosismo inicial, o Betim passou, gradativamente, a ocupar com mais consciência os espaços no meio-campo e a fechar mais as linhas defensivas - que eram bem exploradas pelos tricolores. Assim, as ações se equilibraram e os mineiros chegavam com maior frequência ao ataque, começando a levar perigo em alguns momentos.
À medida que o tempo passava, o nervosismo mudava de lado. Se inicialmente era o Betim que sentia a pressão do estádio lotado, com o passar dos minutos, eram os jogadores do Santa Cruz que acusavam o peso de não decepcionarem as dezenas de milhares de tricolores que lotavam as dependências do Arruda. O equilíbrio, entretanto, prevaleceu ao longo da etapa inicial e o empate em 0 a 0 ao intervalo refletiu o que se viu em campo.
Logo no início do segundo tempo, por pouco André Dias não fez explodir o grito de emoção dos mais de 60 mil tricolores que faziam uma bela festa no Arruda. Com um minuto de etapa complementar, o atacante chutou após bom cruzamento de Raul, mas foi parado pelo goleiro Felipe, que defendeu com os pés.

20 minutos do segundo tempo. Aliviada e contando os minutos para o fim do jogo, à espera da tão sonhada celebração do acesso, a torcida coral comemorava até a corrida de Caça-Rato em direção a Vica para entrar em campo como se fosse um gol. Mas enquanto o ídolo tricolor ainda escutava as orientações do treinador, o Betim tinha uma falta próxima à área do Santa Cruz. A bola sobrevoou a área coral. Max subiu mais alto do que todo mundo e cabeceou. Tiago Cardoso nada pôde fazer. Gol do Betim. Tensão no Arruda.
Acostumada com o sofrimento, a torcida tricolor sentiu o peso do empate dos mineiros e a euforia que pulsava o Arruda deu lugar à tensão e ao drama nas arquibancadas. Dentro de campo, os jogadores também sentiam o peso da decisão. Nervoso, o Santa Cruz viu o Betim crescer no jogo. Tiago Cardoso, um gigante em decisões, salvou o time pelo menos em três ocasiões, com grandes defesas.
O tempo passava e o empate teimava em persistir no placar. A aflição exalava dos poros de cada um dos 60 mil tricolores no Arruda. 42 minutos. Três para o fim do tempo regulamentar. Uma bola cruzada atravessa toda a área do Betim. Como se fosse obra do destino, a esférica sobra para o xodó coral. De peixinho, Flávio Caça-Rato mandou para o fundo do gol de Felipe. E, pela segunda vez na noite, o atacante faz explodir o Arruda. Desta vez, com um gol. O gol do acesso. O fim do martírio coral.
Ficha técnica
Santa Cruz 2
Tiago Cardoso; Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Tiago Costa; Sandro Manoel, Everton Heleno (Luciano Sorriso), Dedé e Raul; Siloé (Caça-Rato) e André Dias (Leandro Souza). Técnico: Vica.
Betim 1
Felipe, Adalberto, André Luiz (Carlos Júnior), Max e Tiago Santos; Denilson, Jean Cleber, Patrik (Da Silva) e Wescley; Marion (Tássio) e Rodrigo. Técnico: Moacir Júnior.
Local: Arruda (Recife-PE).
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (Fifa-SP) e Carlos Augusto Nogueira Junior (SP)
Gols: André Dias (S) e Caça-Rato (S); Max (B)
Cartões amarelos: Tiago Cardoso (S)
Público: 60.040
Renda: R$ 1.392.610,00